'Bivar apelou para que eu dialogue' com pré-candidatos da 3ª via, diz Ciro
Pré-candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes disse que Luciano Bivar (União Brasil) fez um "apelo" pessoal para que ele dialogue com os demais nomes da chamada "terceira via" na disputa pelo Palácio do Planalto embora admita que não se vê como um integrante do grupo.
Bivar, que também se apresenta como pré-candidato à presidência, é um dos nomes do campo da terceira via, que tenta se firmar como oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito deste ano.
Em entrevista à Band News, Ciro destacou que não foi convidado para participar de um jantar entre os pré-candidatos da terceira via, a qual ele considera estar repleta de políticos que outrora apoiaram Bolsonaro, mas que hoje se mostram "frustrados e decepcionados" com o mandatário.
Apesar do antagonismo, Ciro afirma que aceitou o convite de Bivar para dialogar "com essas pessoas" da terceira via.
"Existe aí um punhado de candidatos que votaram no Bolsonaro no primeiro turno e estão aí frustrados, decepcionados e estão tentando se reunir. E eu não sou desse grupo. A imprensa convencional chamou de terceira via, eu não pertenço a isso. Entretanto, mais recentemente, uma das frações com quem eu dialogo, o União Brasil, lançou um pré-candidato, que é um amigo meu, o Luciano Bivar. Ele me faz um apelo, se eu aceito entrar numa dinâmica de diálogo com essas pessoas", declarou.
"Eu acho que dialogar é necessário, mas a natureza desse diálogo tem que ser o rumo do país, não um ajuntamento, porque disso não sai nada. Eu topo o diálogo, mas a minha condição é de que isso estabeleça um rumo novo para o Brasil", acrescentou.
Na entrevista, Ciro Gomes reforçou que não pertence ao grupo da terceira via, hoje composto por nomes como João Doria (PSDB-SP), Luciano Bivar e Simone Tebet (DEM-MS), em razão de questões de afinidades em relação às pautas políticas. No âmbito pessoal, ele afirma não ter nada contra nenhum deles, mas reforça a forma diferente de pensar politicamente e cita como exemplo a questão da privatização da Petrobras.
"Agora quais são as minhas afinidades e desafinidades com essas pessoas: primeiro, pessoalmente nada contra ninguém; segundo, o programa [de governo] porque eu sou contra a privatização da Petrobras, [mas] a maioria deles é a favor. A maioria deles é a favor da política de preços que indexou ao dólar e ao preço de oportunidade de importação os preços de combustíveis no Brasil para privilegiar o acionista minoritário, e eu sou contra", pontuou.
Ciro diz que pesquisa é um 'retrato'
Questionado sobre as pesquisas com as intenções de votos para o pleito presidencial que o colocam no terceiro lugar, mas bem longe do primeiro colocado, Lula, e do segundo, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes disse que a pesquisa é apenas um "retrato" da vida política, que ele classificou como um "filme de suspense".
Para o ex-governador cearense, a reeleição do atual chefe do Executivo Federal parece estar "comprometida", e Lula não consegue angariar para si a totalidade daqueles que se arrependeram de eleger Bolsonaro. Então, o pedetista garante que conseguirá provar que pode vencer o candidato da extrema direita e, a partir daí, vai conseguir se posicionar melhor na corrida presidencial.
"A pesquisa é um retrato e a vida política é um filme de suspense. Nesse momento, você tem claramente que a reeleição do Bolsonaro parece comprometida, mas numa proporção que o Lula não aproveita tudo isso. E uma parte dos eleitores que nesse momento declaram voto ao Lula, declaram porque acham que o Lula é o único viável para derrotar o Bolsonaro. Se eu provo, e como eu vou provar com muita tranquilidade, que eu derroto o Bolsonaro com mais de 20 pontos, então a minha chance vai depender muito da disciplina, da humildade com que eu permaneço oferecendo ao povo brasileiro uma resposta prática de como pretendo mudar o jeito de governar o Brasil", completou.
A pesquisa mais recente para presidente da República divulgada hoje pelo BTG/FSB mostra Lula na liderança com 41% dos votos, seguido por Bolsonaro em segundo com 32%, e Ciro Gomes em terceiro com 9%. Em seguida aparecem João Doria e André Janones (Avante) com 3% cada. A senadora Simone Tebet soma 1% e Luciano Bivar não pontuou.
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