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Lula: Povo evangélico tem de saber que Bolsonaro não acredita em Deus

26.abr.2022 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista para youtubers - Reprodução/Youtube/Lula
26.abr.2022 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista para youtubers Imagem: Reprodução/Youtube/Lula

Do UOL, em São Paulo

26/04/2022 14h23

Em um novo aceno ao eleitorado evangélico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, hoje, que o presidente Jair Bolsonaro (PL), é "mentiroso" e que as falas dele sobre sua crença em Deus são uma "peça eleitoral".

Questionado sobre como conquistar eleitores evangélicos, que atualmente compõem a base de Bolsonaro, Lula respondeu que não é possível "confundir o povo evangélico com alguns pastores" e disse que o segmento religioso "nunca foi tão respeitado" como no período em que ocupou a Presidência da República.

"O povo evangélico é um povo muito grande neste país. É um povo muito esperto, que cuida da família como deve cuidar. A gente não tem que conversar com pastor. [Ir] atrás daquele farofeiro que fala, fala e fala, em nome de Deus, cometendo pecado todo dia — até por que usar o nome de Deus em vão é um pecado. Nós temos que conversar com o povo, o homem e a mulher evangélicos", disse ele, em entrevista a jornalistas da mídia independente e youtubers.

"Pode pegar o cara que menos gostar de mim: ele vai dizer: no tempo do Lula, o povo evangélico comia mais, ganhava mais, porque o salário mínimo era aumentado todo ano", continuou Lula.

[O povo evangélico] Ele tem de saber que o presidente atual não acredita em Deus, ele é mentiroso até nisso. Olha os olhos dele quando ele fala em Deus, aquilo é uma peça eleitoral, ele tramou com outros pastores. Quando, na verdade, o comportamento dele, a vida dele, a vida militar dele não é condizente com um cristão, temente a Deus, não é. A história dele é o outro lado Lula, sobre Bolsonaro

Os acenos mais frequentes de Lula aos evangélicos ocorrem após desgaste do petista provocado por declarações recentes dele sobre aborto. Para ele, o assunto deveria ser uma "questão de saúde pública", já que escancara as desigualdades sociais da sociedade brasileira, mas bolsonaristas e evangélicos reagiram às declarações.

Antes mesmo do caso, o PT criou núcleos de evangélicos em 21 estados para tentar recuperar, nas eleições deste ano, os votos que perdeu entre os mais pobres de 2016 a 2018.

Em entrevista ao UOL, em março deste ano, o deputado federal e líder da bancada evangélica na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), aliado de Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, disse que o ex-presidente enganou os evangélicos em sua primeira eleição, mas que isso não irá ocorrer no pleito de 2022.

No último sábado (23), em sua conta no Twitter, o parlamentar atacou Lula ao postar um link com um vídeo do petista em que um versículo bíblico é citado. 'Eles NUNCA gostaram e nem respeitaram a Bíblia Sagrada, agora usam até texto bíblico pra enganar igual a SATANÁS, se disfarça para enganar!" escreveu.

* Com Estadão Conteúdo