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D'Avila estima campanha de R$ 4 milhões e defende doações de empresas

Henrique Sales Barros e Jessica Bernardo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/04/2022 11h38Atualizada em 27/04/2022 12h02

Luiz Felipe D'Avila, pré-candidato à Presidência da República do Novo, disse hoje que o custo de sua campanha deve ficar por volta de R$ 4 milhões, contando apenas com dinheiro de apoiadores e rejeitando qualquer verba pública, como a dos fundos partidário e eleitoral.

"O dinheiro vem de filiados, apoiadores e pessoas físicas que acreditam que o Brasil precisa de uma pauta liberal", afirmou D'Avila ao UOL, defendendo também a volta do financiamento empresarial de campanhas —desde que com um teto para doações.

"O que não pode é darmos dinheiro público nas mãos de caciques políticos, se não é aí eles quem vão determinar quem vai se eleger, e não o povo", disse o pré-candidato, pontuando que "não existe sistema perfeito" de financiamento eleitoral.

O presidenciável afirmou que, se eleito, vai trabalhar para abrir a economia e deve manter o teto de gastos como medida para conter a inflação."O único jeito que voltar a ter emprego, resolver a inflação, é reabrir a economia", afirmou.

"Hoje, trabalhamos quatro meses por ano para pagar imposto, aí trabalhamos mais seis para pagar serviços privados, porque o público não funciona. Ou seja, não sobra dinheiro no bolso do brasileiro."

De orientação liberal, ele disse ser contra a taxação de grandes fortunas e a favor da privatização da Petrobras, assim como ao marco temporal para demarcação de terras indígenas, como forma de "resolver a questão e dar segurança jurídica".

Questionado sobre temas como aborto e legalização da maconha, D'Avila disse que é contra ambos, mas afirmou que não vetaria um projeto com essas temáticas, uma vez que fossem aprovados pelo Congresso. Ele também defendeu o federalismo.

"Se tivéssemos o verdadeiro federalismo no Brasil, esses assuntos seriam tratados nos estados. Você vai ter estado conservador e estado liberal, como é nos EUA: tem estado que pode ter aborto, como [outro que] pode não abortar, tem estado que pode fumar maconha como [alguns que] não. Por que tem que ter uma lei nacional? Esse personalismo não existe", declarou.

D'Avila participou da sabatina do UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (27). A entrevista foi feita pelo colunista do UOL Josias de Souza e pela repórter da Folha Catia Seabra, com mediação da apresentadora Fabíola Cidral.

Ele apresenta 1% de intenção de voto na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 24 de março. Ele registra o mesmo percentual de Simone Tebet (MDB) e Vera Lúcia (PSTU). Lula (PT) lidera, com 43%; Jair Bolsonaro (PL) vem em seguida, com 26%; Sergio Moro (União Brasil) tem 8%; Ciro Gomes (PDT), 6%; e João Doria (PSDB) e André Janones (Avante), 2% cada um.

A estreia foi com a senadora Simone Tebet, do MDB, seguida de Ciro Gomes, do PDT, e Vera Lúcia, do PSTU.

Próximas sabatinas

  • João Doria (PSDB) - 28/4 - 10h
  • André Janones (Avante) - 29/4 - 10h

O ex-presidente Lula e o atual presidente, Jair Bolsonaro, não confirmaram participação nas sabatinas. A campanha de Lula disse que vai esperar a oficialização da pré-candidatura. Já a equipe de Bolsonaro não respondeu.