Apoiado por senadores, Pacheco fala com Fachin antes de rebater Bolsonaro
A defesa pública do sistema eleitoral feita pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi resultado de uma costura entre senadores que cobraram uma postura do presidente do Congresso e também um aceno ao presidente do TSE, ministro Edson Fachin.
O UOL apurou que Fachin e Pacheco trocaram telefonemas na manhã desta quinta-feira (28), horas antes de o presidente do Congresso afirmar, pelas redes sociais, que "não tem cabimento" levantar dúvidas sobre o processo eleitoral no Brasil.
Fachin tem mantido diálogo aberto com os partidos e representantes do Congresso desde que assumiu a presidência do TSE, em fevereiro, e tem atuado para reforçar a importância da participação destes atores no processo eleitoral e na defesa das eleições.
Ao UOL Pacheco negou que tenha conversado especificamente com Fachin sobre sua resposta em defesa do sistema eleitoral, mas que voltará a se manifestar sobre o tema se considerar necessário.
"Sempre que houver esse tipo de questionamento, temos obrigação de afirmar o compromisso com as eleições e a democracia", disse.
O UOL apurou que o presidente do Congresso foi encorajado a tomar uma posição após uma reunião na quarta-feira (27) com um grupo de senadores. Os parlamentares teriam dado "aval" para Pacheco sair em defesa do sistema eleitoral, atacado novamente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os senadores repassaram a avaliação de que Pacheco, como presidente do Congresso, teria a responsabilidade de se posicionar e evitar que a briga entre o Planalto e o STF contaminasse o processo eleitoral.
Entre os parlamentares estavam Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à Presidência, Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Sobre a ausência de senadores ligados ao governo no encontro, fontes do Congresso disseram que a base aliada de Bolsonaro no Senado está atualmente com um vácuo, já que há meses o governo não conta com um líder na Casa.
Lira também defende eleições
Horas depois da mensagem de Pacheco, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também saiu em defesa do sistema eleitoral, afirmando que "pensar diferente é colocar em dúvida a legitimidade" de todos os eleitos.
"O processo eleitoral brasileiro é uma referência. Pensar diferente é colocar em dúvida a legitimidade de todos nós, eleitos, em todas as esferas. Vamos seguir - sem tensionamentos - para as eleições livres e transparentes", escreveu Lira.
As respostas vieram um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro atacar o TSE e o processo eleitoral durante evento no Salão Nobre, no Palácio do Planalto.
"Não se fala ali em voto impresso. Não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira - e ali naquelas nove sugestões existe essa maneira - para a gente confiar nas eleições", afirmou Bolsonaro.
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