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Doria: 'Não compreendo a razão de Alckmin estar ao lado de Lula'

Colaboração para o UOL

28/04/2022 11h12

João Doria (PSDB), pré-candidato a presidente, pode enfrentar um antigo aliado nas eleições de 2022. Geraldo Alckmin (PSB) deve ser candidato a vice-presidente na chapa com o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Em sabatina realizada pelo UOL e pela Folha nesta quinta-feira (28), Doria declarou que não entende por que Alckmin se aliou ao petista.

"Não tenho reservas em relação ao Alckmin. Tenho respeito e nunca cessamos o diálogo. Mas não compreendo a razão de ele estar ao lado de Lula", declarou o ex-governador de São Paulo.

Doria explicou que teve uma ruptura com Alckmin por causa das prévias do PSDB.

"Quando ele me disse, quando eu era governador, que pretendia disputar o mandato, eu disse que entendia a decisão e que faríamos prévias no PSDB. Eu disse: 'Você me ensinou que prévias engradecem democracia'. Eu participei de três prévias e venci. Ele disse: 'De prévias não participo'. Então ficamos em um dilema. Eu não vejo razão para estabelecer um privilégio. Mas ele foi taxativo: 'Ou sou indicado governador ou tomarei meu destino'. Ele tomou seu destinou e se desfiliou", contou Doria.

O tucano também revelou que não conversa com Alckmin há quatro meses, mas disse que está aberto ao diálogo com ele.

"A última vez que conversamos foi em dezembro. E para que não haja interpretação de que essa falta de conversa significa afastamento, com quantos parentes nossos nós ficamos sem falar por três, quatro ou cinco meses? Isso não tira oportunidade e alegria de um encontro", afirmou Doria.

Ele manteve uma atitude "paz e amor" durante toda a entrevista, conduzida pelo colunista do UOL Josias de Souza e a repórter da Folha Catia Seabra, com mediação da apresentadora Fabíola Cidral. Inclusive indicou um diálogo aberto com a esquerda. "Não há razão para não manter o diálogo aberto com o Lula, com o PT, com os partidos de esquerda".

Mesmo com Bolsonaro, por quem ele se disse enganado, ele deixou uma porta aberta. "Não daria voto. Mas o diálogo não depende do voto. Para dialogar não precisa votar. Seja para eleições ou para garantir governabilidade, romper o diálogo é só para que advoga pela ditadura", concluiu Doria.

Sabatina UOL/Folha

A sabatina UOL/Folha já foi realizada com a senadora Simone Tebet, pré-candidata presidencial pelo MDB, com Ciro Gomes, do PDT, com Vera Lúcia, do PSTU, e com Luiz Felipe d'Avila, do Novo.

Doria tem 2% de intenção de voto na mais recente pesquisa Datafolha, assim como André Janones (Avante). Luiz Felipe d'Avila (Novo) apresenta 1%, mesmo percentual de Simone Tebet (MDB) e Vera Lúcia (PSTU). Lula (PT) lidera, com 43%; Jair Bolsonaro (PL) vem em seguida, com 26%; Sergio Moro (União Brasil) tem 8%; e Ciro Gomes (PDT), 6%.

O deputado federal André Janones, que seria sabatinado na sexta, desistiu em cima da hora. Lula e Bolsonaro (PL) não confirmaram participação.