Democracia só não tem lugar para quem queira destruí-la, diz Barroso
O ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (29) que a democracia é um "espaço plural", mas que não tem lugar para quem busca destruí-la. O ministro deu a declaração em evento do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, onde discursou sobre a segurança do processo eleitoral.
"Na minha visão, e na de todos nós, juízes que estamos aqui, a democracia é um ambiente plural que tem lugar para conservadores, para liberais, para progressistas. Só não tem lugar para quem queira destruí-la. O Brasil tem muitos problemas, felizmente nosso sistema de votação não é um deles", disse Barroso.
O ministro STF fez uma defesa da segurança da urna eletrônica, destacando a impossibilidade de um ataque hacker ao equipamento e que desde a sua implementação não foram documentadas fraudes durante o processo eleitoral. Barroso também criticou declarações em defesa do voto impresso, bandeira defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado.
Segundo Barroso, a proposta — derrubada no Congresso — encontrava diversos obstáculos logísticos para sua implementação, como o transporte dos votos "em um país que se rouba carga", a armazenagem dos comprovantes e a própria contagem manual.
"Não chega a nem estar errada essa ideia. Tem que ter uma categoria nova para essa ideia. Ela é o fim do segredo do voto", disse Barroso. "Aí a milícia, o tráfico e o coronel ficam sabendo em quem você votou".
TSE em defesa do processo eleitoral
A fala de Barroso vem na esteira de declarações do presidente do TSE, ministro Edson Fachin, e do vice, ministro Alexandre de Moraes, em defesa do sistema eleitoral nesta sexta-feira (29).
Mais cedo, Fachin afirmou que a Justiça Eleitoral segue disponível para colaborações em prol de melhorar o processo eleitoral. "Intervenção, jamais", alertou.
Moraes, por sua vez, disse que o TSE não aceitará ataques contra as eleições ou desinformações sobre o sistema eleitoral.
"Não vamos aceitar atuação de milícias digitais nas eleições de 2022, não iremos aceitar fake news, não iremos aceitar notícias fraudulentas sobre supostas fraudes. Nós vamos de forma transparente, segura e rígida, vamos mostrar, assim como nas últimas décadas, que a população pode e deve, como o faz, acreditar nas urnas eletrônicas", disse o ministro.
As declarações foram feitas dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) pedir uma "apuração paralela" feita por militares das Forças Armadas durante as eleições. O presidente também disse haveria uma "sala secreta" em que se centraliza a apuração dos votos —alegação rebatida pela corte eleitoral.
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