Haddad chama Bolsonaro de 'pessoa perturbada': 'Não é governo de projeto'
O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) chamou o presidente Jair Bolsonaro de "pessoa perturbada" e disse que gestão do chefe do Executivo federal não é um "governo de projeto". A declaração foi dada pelo pré-candidato do PT ao governo do estado de São Paulo em entrevista à revista Veja publicada hoje quando o petista foi questionado a respeito da nacionalização da corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
"É meio impossível não ter um componente nacional na eleição em São Paulo. Temos uma pessoa perturbada na Presidência da República, totalmente desequilibrada, que chega competitiva. E o Lula é um candidato forte", afirmou Haddad.
O petista ainda comentou o desempenho da chamada "3ª via", grupo que se autodenomina como "centro democrático" para fazer contraposição às candidaturas de Lula e Bolsonaro. "O que se observa é que a soma das intenções de voto nos candidatos da terceira via está diminuindo. Já foi de 20%. Ou seja, o eleitor está se posicionando", acrescentou o ex-prefeito da capital paulista.
Haddad também fez mais críticas ao atual presidente e disse que a gestão de Bolsonaro não é um "governo de projeto". Segundo o petista, o que existe é "agitação".
"Em vários momentos da política contemporânea, sobretudo com os meios de comunicação de massa, mudou-se completamente a natureza da democracia. É possível que um governo se mantenha com base única e exclusivamente na agitação", disse.
O governo Bolsonaro não é um governo de projeto. O que existe é a agitação política, eleitoral, mas à custa da destruição do país. Fernando Haddad (PT), pré-candidato ao governo de São Paulo
Moro e Operação Lava Jato
O ex-prefeito também falou sobre a Operação Lava Jato acusou o ex-juiz Sergio Moro, que julgava os casos da força-tarefa na 1ª instância em Curitiba, de usar o cargo que ocupava na magistratura como "trampolim". Moro chegou a ser cotado como pré-candidato ao Palácio do Planalto, primeiro pelo Podemos e depois pelo União Brasil, mas agora seu nome perdeu força.
"Quis o destino que um juiz resolvesse fazer disso um trampolim para sua carreira política e colocar tudo a perder", disse Haddad. "A arte de combater a corrupção não está apenas em atribuir responsabilidade a culpados, mas preservar inocentes", completou.
Conforme revelou o colunista Jamil Chade, do UOL, o Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) concluiu que Moro foi parcial em seu julgamento dos processos contra o ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato.
O órgão também concluiu que os direitos políticos de Lula foram violados em 2018, quando ele foi impedido de disputar as eleições.
O STF (Supremo Tribunal Federal) já considerou que Moro agiu de forma parcial e anulou as condenações. Mas recomendações ainda serão publicadas pelo comitê da ONU e podem pedir medidas para reparar o dano sofrido por Lula.
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