França promete acabar com 'cracolândia' em 2 anos e zerar moradores de rua
O pré-candidato ao governo de São Paulo Márcio França (PSB) declarou que, se eleito, vai acabar com a "cracolândia" em dois anos e zerar a população em situação de rua em um ano. Para isso, afirmou que vai apostar no tratamento das pessoas com dependência química utilizando, inclusive, a internação compulsória como ferramenta.
"É um caso de tratamento médico, as pessoas são doentes", disse o pré-candidato. "[Vou fazer] internação compulsória, sim. Há pessoas que não têm condições de avaliar."
As declarações foram feitas durante sabatina UOL/Folha, conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto e pela jornalista da Folha de S.Paulo Carolina Linhares.
França também prometeu mudar a forma como funcionam as câmeras instaladas nos uniformes de policiais. "Só vai ligar a câmera quando o profissional estiver em ação", explicou o pré-candidato, que afirmou que os equipamentos ficam ligados durante todo o turno do policial e deixam agentes em situações constrangedoras, filmando idas ao banheiro, por exemplo.
As mortes cometidas por policiais militares de São Paulo despencaram nos 18 batalhões que passaram a utilizar câmeras acopladas ao uniforme dos agentes. Dados obtidos pelo UOL revelam queda de 87% nos seis meses após a ampliação do programa Olho Vivo.
França também defendeu a contratação de vagas em hotéis para abrigar as pessoas em situação de rua. "Várias pensões e hotéis estão vazios no centro de São Paulo", disse.
Ele prometeu aumentar a oferta de vagas na Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), oferecendo "faculdade gratuita sem vestibular" para todos os jovens, e disse que vai investir em programas voltados para a juventude.
"Todos os jovens com 18 anos em São Paulo que não tenham emprego e que estejam alistados, todos dispensados, poderiam vir trabalhar conosco durante um ano. Fazem o curso, ficam cinco horas para a gente, tem um salário uniformizado."
O político afirmou, ainda, que não irá aumentar o valor da tarifa de transporte público no estado. Atualmente, a passagem dos trens e do Metrô está em R$ 4,40. Também disse que vai separar a Polícia Civil da Polícia Militar. "Uma vai para a Secretaria de Segurança Pública, outra vai para a Justiça."
Apoio de Lula
O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) disse hoje que "é natural" que ele busque voltar a ocupar o Poder Executivo paulista, ainda mais por ter perdido em 2018 por uma "diferença pequena" de votos.
"Desde o início eu falei que, como eu havia sido o segundo colocado nas eleições passadas, com uma diferença pequena, e, como as pessoas que votaram no [João] Doria [PSDB] se arrependeram, é natural que eu pleiteasse voltar para a cadeira que ocupei por pouco tempo", afirmou.
Ele foi governador por oito meses, após Geraldo Alckmin sair do cargo para disputar a Presidência em 2018.
França disse que propôs ao PT um levantamento em maio para avaliar qual candidato tem mais chances de trazer votos para a esquerda neste ano. Ele e Fernando Haddad (PT) estão na disputa hoje pela vaga na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
"Está nas mãos do Haddad um acordo correto: topo antecipar um primeiro turno, fazendo uma pesquisa de opinião, em que levaríamos em conta o votar e o que poderia votar. Quando esses componentes estão juntos, vemos números muito próximos entre eu e ele."
Segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, aceitaram a sugestão sobre a pesquisa de desempenho dos candidatos. O problema, segundo ele, estaria no diretório estadual do partido. "Lula topou, Gleisi topou, mas o diretório do PT em São Paulo ainda quer analisar", afirmou o pré-candidato.
Questionado se esconderia o apoio a Lula ao falar com eleitores do interior do estado, Márcio França disse que nunca faria isso.
Eu sou Lula facinho. Para derrotar o Bolsonaro, eu sou Lula dez vezes."
Márcio França, pré-candidato ao governo de SP pelo PSB
Próximas sabatinas em SP
- Felício Ramuth (PSD) - 02/05 - 16h
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