PSDB é que está saindo de mim, não eu do PSDB, diz Felício Ramuth
O pré-candidato ao governo de São Paulo Felício Ramuth (PSD) disse, durante sabatina UOL/Folha hoje, que "o PSDB —seu antigo partido— é que está saindo de mim". Ele migrou de partido durante a janela partidária, o que possibilitou que se lançasse à disputa estadual ao Executivo. O candidato tucano é o atual governador, Rodrigo Garcia.
"O PSDB é que está saindo de mim, não eu do PSDB. O PSDB não teve capacidade de se renovar ao longo dos últimos. Não credito toda culpa, até de desmonte do PSDB, exclusivamente à situação do ex-governador João Doria", afirmou, citando o tucano que ganhou as prévias, mesmo sem conseguir unir o partido em torno de sua candidatura à Presidência.
Ex-prefeito de São José dos Campos, Ramuth diz que embates com Doria enquanto comandava a cidade influenciaram em sua saída, assim como a perda de Eduardo Leite na disputa pela vaga como candidato tucano.
"Tive embates com o governo de São Paulo, defendia que cidades tivessem autonomia para tomar decisões. Nunca fui negacionista, mas defendia que os municípios, como o meu, soubessem a hora de fazer fechamento e abertura [do comércio]. O PSDB daqui sempre foi muito considerado pelo partido, mas éramos admirados desde que ficássemos 'quietinhos'."
Ele também criticou o antigo colega de legenda Geraldo Alckmin, que foi para o PSB para ser vice na chapa de Lula.
"Eu aprendi que política se faz com coerência, e entendi que foi um movimento incoerente. Entendo quais são os argumentos do Geraldo, porque ele diz que deve haver uma união, um objetivo, para tirar o Bolsonaro da Presidência da República", e acrescentou: "Mas não concordo, não o acompanharei".
Sobre a disputa presidencial, com as pesquisas apontando o segundo turno entre Lula e Bolsonaro (PL), Ramuth negou o apoio a eles no início da campanha. Afirmou preferir alguém da terceira via, apesar de ter votado em Bolsonaro no segundo turno em 2018. "Ele me decepcionou e se aproximou do que há de pior, que é o centrão fisiológico", afirmou.
As declarações foram feitas durante sabatina UOL/Folha, conduzida pelo apresentador Diego Sarza, pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto e pela jornalista da Folha de S.Paulo Carolina Linhares.
Sabatinas acontecem até 6 de maio
As sabatinas UOL/Folha acontecem até 6 de maio, sempre nesses dois horários —às 10h e às 16h—, ao vivo e com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha.
Durante uma hora, serão entrevistados os políticos mais bem colocados na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 7 de abril.
Calendário das sabatinas em SP
- Abraham Weintraub (PMB) - 03/05 - 10h
- Elvis Cézar (PDT) - 03/05 - 16h
- Rodrigo Garcia (PSDB) - 04/05 - 10h
- Vinicius Poit (Novo) - 04/05 - 16h
- Tarcísio de Freitas (Republicanos) - 05/05 - 10h
- Altino de Melo (PSTU) - 06/05 - 10h
- Fernando Haddad (PT) - 06/05 - 16h
O que diz a pesquisa Datafolha
O ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) lidera a intenção de votos, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.
O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm um empate técnico, com 10% e 6%, respectivamente.
- Fernando Haddad (PT): 29%
- Márcio França (PSB): 20%
- Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos): 10%
- Rodrigo Garcia (PSDB): 6%
- Vinicius Poit (Novo): 2%
- Felicio Ramuth (PSD): 2%
- Abraham Weintraub (PMB): 1%
- Altino Junior (PSTU): 1%
- Brancos e nulos: 23% Indecisos: 7%
O instituto ouviu presencialmente 1.806 eleitores de 62 cidades paulistas entre 5 e 6 de abril, com margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou menos. O levantamento tem índice de confiança de 95% e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03189/2022.
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