Ramuth defende construção de casas por empresas e sem dar posse do imóvel
O pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSD, Felício Ramuth, citou como uma de suas promessas, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, a construção de casas populares por empresas privadas, enquanto o poder público financiaria esses imóveis.
"Estamos na era do compartilhamento de recursos. Essa geração quer usufruir, e não necessariamente ter. Devemos estimular a construção privada, e governos pagam para essas pessoas usufruir de unidades habitacionais, sem necessariamente ter a posse."
Para fundamentar a proposta, o ex-prefeito de São José dos Campos disse que um beneficiários de programas habitacionais anunciam os imóveis, após a posse, em sites de venda: "20% a 30% das pessoas que recebem apartamento acabam anunciando no Mercado Livre".
O pré-candidato também defendeu o modelo de concessões, mesmo apontando problemas em algumas delas: "O PSD é um partido de centro, acredita em políticas de direita, como privatizações, e também valoriza políticas sociais".
"O ex-ministro da Infraestrutura [Tarcísio Gomes de Freitas, que é seu concorrente na disputa no Palácio dos Bandeirantes] vendeu muitas concessões e privatizações como algo que já está acontecendo. Mas não é assim. Há um risco também que se corre, mas não é exatamente um problema do modelo."
"Essas soluções de PPP, que são relativamente novas, não podem ser vendidas para a população como algo que já se concretizou", afirmou.
Segundo ele, nem tudo deve ir para a iniciativa privada. "A Sabesp, por exemplo, não estaria na minha lista de prioridades para privatizar."
'Cracolândia'
Problema histórico no centro da capital paulista, ele disse que a "cracolândia" precisa de "união das instituições".
"Existe uma grande infraestrutura física do Estado e municípios que podem ser mais bem aproveitadas, mas existe também infraestrutura de conhecimento, capacidade intelectual, que é feita no Estado e pouco aproveitada. Tem várias instituições já trabalhando na cracolândia, e o trabalho não é integrado."
Tem pastor que quer aparecer demais, padre que quer aparecer demais. Não é esse o caminho."
Felício Ramuth (PSD), pré-candidato ao governo de SP
Sobre segurança pública, defendeu o uso da tecnologia no monitoramento, com integração e implantação de câmeras. "Proporcionalmente temos que colocar, no mínimo, 30 mil câmeras com inteligência em todo o estado de São Paulo."
"Sou a favor das câmeras corporais para policiamento de rotina. Batalhões especiais e operações especiais precisam de protocolos específicos criados pela força de segurança. Temos que adequar a letalidade, que teve muito sucesso com as câmeras corporais, mas já vimos que a criminalidade aumentou, com 35% a mais de crimes na cidade de São Paulo."
As declarações foram feitas durante sabatina UOL/Folha, conduzida pelo apresentador Diego Sarza, pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto e pela jornalista da Folha de S.Paulo Carolina Linhares.
Sabatinas acontecem até 6 de maio
As sabatinas UOL/Folha acontecem até 6 de maio, sempre nesses dois horários —às 10h e às 16h—, ao vivo e com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha.
Durante uma hora, serão entrevistados os políticos mais bem colocados na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 7 de abril.
Calendário das sabatinas em SP
- Abraham Weintraub (PMB) - 03/05 - 10h
- Elvis Cézar (PDT) - 03/05 - 16h
- Rodrigo Garcia (PSDB) - 04/05 - 10h
- Vinicius Poit (Novo) - 04/05 - 16h
- Tarcísio de Freitas (Republicanos) - 05/05 - 10h
- Altino de Melo (PSTU) - 06/05 - 10h
- Fernando Haddad (PT) - 06/05 - 16h
O que diz a pesquisa Datafolha
O ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) lidera a intenção de votos, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.
O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm um empate técnico, com 10% e 6%, respectivamente.
- Fernando Haddad (PT): 29%
- Márcio França (PSB): 20%
- Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos): 10%
- Rodrigo Garcia (PSDB): 6%
- Vinicius Poit (Novo): 2%
- Felicio Ramuth (PSD): 2%
- Abraham Weintraub (PMB): 1%
- Altino Junior (PSTU): 1%
- Brancos e nulos: 23% Indecisos: 7%.
O instituto ouviu presencialmente 1.806 eleitores de 62 cidades paulistas entre 5 e 6 de abril, com margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou menos. O levantamento tem índice de confiança de 95% e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03189/2022.
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