Topo

Após desentendimento, Solidariedade oficializa apoio a Lula

Evento oficializou apoio do Solidariedade a Lula nas eleições presidenciais - Lucas Borges Teixeira/UOL
Evento oficializou apoio do Solidariedade a Lula nas eleições presidenciais Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

03/05/2022 11h08Atualizada em 03/05/2022 11h58

O Solidariedade oficializou hoje o apoio à chapa do ex-presidente Lula (PT) ao Planalto. Depois de desentendimento, o petista participou de ato na sede da Força Sindical promovido pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP).

O evento, em São Paulo, teve a presença de liderança de diferentes partidos e tem a intenção de marcar o discurso de frente ampla promovido pelo PT.

O Solidariedade é o sexto partido a oficializar apoio à chapa de Lula. Além de PCdoB e PV, que formaram federação com o PT, também se juntaram à aliança o PSB, com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice, e a federação PSOL e Rede, em eventos na última semana.

Agora, a chapa deverá ser oficializada em um grande ato em São Paulo no próximo sábado (7) para que Lula comece a rodar o país como pré-candidato.

O ato se dá após um descontentamento de Paulinho, presidente de honra da Força, ao ser vaiado em um encontro de centrais sindicais de apoio a Lula no meio do mês por ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.

A situação ficou tão delicada que ele chegou a cancelar o ato de apoio Lula e a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente da sigla, teve de pedir respeito publicamente a Paulinho.

Paulinho sempre foi próximo ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e, segundo pessoas próximas da campanha, o ex-tucano foi peça fundamental para que o deputado voltasse atrás.

"Quero agradecer a meu companheiro, meu amigo Paulinho, que tem sido uma grande força na construção dessa frente", declarou Gleisi, no início da sua fala, fazendo um aceno ao deputado.

O discurso de frente ampla e democrática tem sido o carro-chefe da campanha petista para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (PL).

No ato de hoje, estavam presentes ainda os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Osmar Aziz (PSD-AM) e os deputados Marcelo Ramos (PSD-AM), vice-presidente da Câmara, Orlando Silva (PCdoB-SP) e Marília Arraes (SD-PE). Todos fizeram discursos efusivos de apoio a Lula.

Vaias em ato

A presença do deputado federal Paulinho da Força no encontro de sindicalistas com o ex-presidente Lula, em São Paulo no meio de abril, causou mal-estar entre os presentes.

O evento, realizado em auditório lotado no centro da capital paulista, foi o primeiro grande encontro de Lula, pré-candidato ao Planalto, com diversas lideranças sindicais. Alckmin também esteva presente, mas só Paulinho foi vaiado e não discursou.

Paulinho é presidente de honra da Força Sindical, uma das centrais com maior número de presentes, mas ficou sentado na fila de trás, no canto esquerdo. Nos momentos em que membros da Força citaram seu nome, houve vaias por todo o público.

"Traidor, votou pelo golpe", gritou um sindicalista sobre o apoio de Paulinho ao impeachment de Dilma. O deputado não só votou a favor da saída da então presidente como participou das manifestações com placas de "Tchau, querida".

A grande aliança que Lula vem formando, inclusive entre outras lideranças que também articularam em favor da saída de Dilma, como o ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE), tem sido um ponto polêmico na pré-campanha do petista.

O PT e o próprio Lula têm assumido o discurso de que é preciso união ampla para evitar um "mal maior", que seria a reeleição de Bolsonaro. Sob o discurso de "democracia contra fascismo", PT e PSB também lançaram a chapa de Lula com Alckmin.