Tarcísio nega corrupção no governo Bolsonaro e se diz 'muito paulista'
Durante a sabatina UOL/Folha de hoje, o ex-ministro de Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) defendeu governo Bolsonaro de acusações de corrupção, riu das insinuações do concorrente Abraham Weintraub (PMB) e diz se considerar "muito paulista".
Logo no início, desdenhou do fato de ter apenas recentemente transferido seu domicílio eleitoral para o estado de São Paulo. "Ainda bem que estão falando disso, porque é só isso para falar, que acho uma coisa irrelevante na história do desenvolvimento do estado", criticou.
"Eu morei aqui, comecei a trajetória profissional em Campinas e tenho família morando em São José dos Campos, onde escolhi fixar residência. Tenho me aprofundado nas questões do estado. Vejo grande potencial para transformar o estado na grande locomotiva do Brasil. Tenho capacidade para construir soluções", respondeu Tarcísio.
Então me considero muito paulista em termos de atitude e de estar inserido na cultura paulista."
Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo de SP
Ele também listou obras que liderou em São Paulo como ministro da Infraestrutura do governo federal para embasar sua resposta. Sobre o time que torce, questão que o pré-candidato Márcio França (PSB) havia anunciado que faria a ele em um eventual debate, ele se disse flamenguista no Rio, mas defendeu uma equipe paulistana.
"Eu me propus a ser o governador de todas as torcidas. Quero abraçar todas as torcidas. O estado precisa de um governo voltado para o cidadão. Mas confesso um carinho pela Portuguesa. Minha mãe é portuguesa de Aveiro, então acho que tem tudo a ver", respondeu Tarcísio.
Adversário político ao governo de São Paulo, Weintraub fez críticas a Tarcísio e insinuou ter sido no mínimo omisso quando era diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Weintraub disse: "Ele foi indicado, e não concursado". "Durante dez anos em que ele foi envolvido em fiscalizar o Dnit, ele não acompanhou nenhum caso."
Tarcísio riu e respondeu que isso mostrava como ele "desconhece o que foi a nossa gestão no Dnit". "Eu era concursado da Controladoria-Geral da União, trabalhava na auditoria da CGU.
'Fenômeno' Bolsonaro
O ministro também respondeu sobre comparações com Bolsonaro: "Eu tenho uma linha também cristã, uma linha conservadora, uma linha liberal, uma linha de resultado e é isso que eu vou procurar mostrar", disse.
"O presidente tem um estilo próprio, que fez dele um fenômeno político inquestionável, porque atravessou crises sem precedentes. É um cara que se comunica muito bem com a sociedade. Não posso me comparar ao presidente porque não tenho os mesmos dons, não tenho mesma aptidão politica, não sou um fenômeno como o presidente é", afirmou.
"Tenho que aprender com ele as coisas boas. E tenho procurado ouvir seus ensinamentos conselhos, absorver o que é bom. Às vezes não concordo, externo isso para ele e às vezes vejo que estava errado. Faz parte do processo de aprendizado", comentou Tarcísio.
Perguntado sobre pontos em que já discordou do presidente, Tarcísio afirma que não gostou da narrativa do governo federal sobre a vacina.
"Eu discordava de uma determinada posição em relação à vacina. Eu me vacinei e achei que estava fazendo a coisa certa. E acho que temos que preservar a liberdade. A maioria da população entendeu que o risco da covid é maior do que o risco da vacina. Além disso, o governo disponibilizou a vacinação, então disse isso para ele", disse.
Eu discordava da linha da narrativa. Eu acho que a gente tomou a atitude correta e fez a narrativa errada.
Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de SP pelo Republicanos
Em relação ao posicionamento político, Tarcísio explicou que se considera um "conservador nos costumes e um liberal na economia". "Eu confio muito na iniciativa privada como força viva do desenvolvimento."
Próximas sabatinas em SP
- Gabriel Colombo (PCB) - 05/05 - 16h
- Altino de Melo (PSTU) - 06/05 - 10h
- Fernando Haddad (PT) - 06/05 - 16h
O que diz a pesquisa Datafolha
O ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) lidera a intenção de votos, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.
O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm um empate técnico, com 10% e 6%, respectivamente.
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