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Pré-candidato do PSTU critica projeto do PT e defende cidadão armado

Henrique Sales Barros e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/05/2022 10h38

Pré-candidato ao governo do estado de São Paulo pelo PSTU, Altino de Melo Prazeres fez críticas ao projeto do PT e defendeu, durante sabatina UOL/Folha, a posse de arma ao cidadão comum, aumentar a malha ferroviária e chegar à tarifa zero nos transportes públicos.

Altino lembrou que, em 2013, quando Geraldo Alckmin era governador e Fernando Haddad era prefeito de São Paulo, eles estavam juntos "na mesma política".

"Eles aumentaram juntos a tarifa, eles botaram a polícia para reprimir os movimentos estudantis e outros movimentos que estavam lá", afirmou. "Alckmin, Lula e Haddad estão no mesmo projeto para a desgraça da classe trabalhadora."

Sobre um possível apoio no segundo turno ao Haddad, nas eleições do estado paulista, e ao Lula, nas eleições presidenciais, Altino disse que isso só vai ser avaliado no segundo turno.

"Nós não temos acordo nenhum com o PT. Vamos avaliar estrategicamente se há um risco para a sociedade de uma volta de um regime autoritário". "Porque a nossa diferença com o PT é profunda, do ponto de vista de classe."

Cidadão armado para autodefesa

Altino considerou como "importante e necessário" que o cidadão possa portar sua arma.

"Os paramilitares, as milícias, os fazendeiros estão todos armados, eles têm dinheiro para se armar. Precisamos ter uma definição de que isso possa ser exercido de forma mais democrática."

"Não significa que as pessoas poderão fazer qualquer barbaridade, mas poder se defender é algo necessário, caso queiram pensar em uma mudança a nível nacional", disse Altino, em referência a um processo revolucionário.

É necessário que os de baixo consigam se defender quando tem uma repressão muito violenta. É necessário se auto-organizar para enfrentar as milícias e os poderes armados."
Altino de Melo Prazeres, pré-candidato do PSTU ao governo de SP

Perguntado se o pré-candidato anda armado, ele respondeu: "Neste momento, não, mas tenho intenção, já dei entrada no processo e entendo que os outros trabalhadores também precisam".

Durante a sabatina, Altino foi questionado sobre a atitude de Alckmin, em um evento do PSB, em ouviu e aplaudiu o hino da Internacional Socialista.

"A realidade é muito mais surreal do que a ficção. O Alckmin é um cara que dirigiu o PSDB, um dos partidos mais burgueses, que reprimiu de forma violenta. Ou ele não prestou atenção na letra, ou é um jogo de marketing."

Na avaliação do pré-candidato, o PSB deixou de ser socialista, assim como a China também abandonou o ideal comunista. "Se a China for comunista, eu não sou. Se o Alckmin for socialista, eu não sou", pontuou.

Altino também negou iniciativa privada nos transportes públicos e e defendeu uma redução nas tarifas, rumo a uma tarifa zero, bancada pela taxação de grandes fortunas.

"O pessoal considera que a iniciativa privada põe muito dinheiro no tema do transporte público, e na prática é o contrário. Nada mais justo que as grandes empresas paguem o custo desse transporte.""O pessoal considera que a iniciativa privada põe muito dinheiro no tema do transporte público, e na prática é o contrário. Nada mais justo que as grandes empresas paguem o custo desse transporte."

O pré-candidato Altino de Melo foi entrevistado por Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, e por Carolina Linhares, repórter da Folha de S.Paulo. A apresentação da sabatina foi de Fabíola Cidral.

Próximas sabatinas em SP

  • Fernando Haddad (PT) - Hoje, às 16h (horário de Brasília)

O que diz a pesquisa Datafolha

Altino aparece com 1% das intenções de votos, mesma porcentagem apresentada por Abraham Weintraub (PMB). Vinicius Poit (Novo) e Felicio Ramuth (PSD) têm 2% cada um. Os quatro estão empatados dentro da margem de erro, de dois percentuais, para mais ou para menos.

Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, lidera as intenções de votos, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.

O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm um empate técnico, com 10% e 6% das intenções de voto, respectivamente.

O instituto ouviu presencialmente 1.806 eleitores de 62 cidades paulistas entre 5 e 6 de abril. O levantamento tem índice de confiança de 95% e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03189/2022.