Pré-candidato do PSTU defende armas, ferrovias e tarifa zero no transporte
O pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSTU, Altino de Melo Prazeres, defendeu, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, posse de armas para cidadãos comuns, expansão das ferrovias em todo o estado e tarifa zero no transporte público.
Segundo Altino, a posse de armas ao cidadão comum é "importante e necessária" para que ele possa se defender de ataques de "paramilitares, milícias e fazendeiros", além de abusos por parte do Estado.
"Não significa que as pessoas poderão fazer qualquer barbaridade, mas poder se defender é algo necessário, caso queiram pensar em uma mudança a nível nacional", disse Altino, em referência a um processo revolucionário.
"Os trabalhadores ucranianos estão fazendo suas armas para se defender de uma invasão russa", declarou, em referência ao que vem acontecendo na Ucrânia desde o final de fevereiro.
É necessário que os de baixo consigam se defender quando tem uma repressão muito violenta. É necessário se auto-organizar para enfrentar as milícias e os poderes armados."
Altino de Melo Prazeres, pré-candidato do PSTU ao governo de SP
Em relação à expansão de linhas de transporte, o pré-candidato defendeu que o estado deveria ampliar "de duas a três vezes a malha metroviária da cidade de São Paulo e fazer ligações com Campinas e o interior".
"Isso precisaria de um grande investimento, em vez de pegar empréstimo bancário para poder escoar dinheiro aos banqueiros, poderia taxar as grandes fortunas pra poder fazer isso."
Altino defendeu também a estatização ferroviária: "Temos uma Embraer que foi feita pelo estado e nós fizemos uma indústria aérea que compete mundialmente —e que depois foi privatizada. Por que não podemos ter uma estatal ferroviária? Temos capacidade de construir uma grande indústria metroferroviária".
Disse que reestatizaria empresas que foram privatizadas. "A lógica do empresário é ganhar dinheiro rápido e fácil. Nosso sentido é o contrário: aumentar o número de atendentes, de seguranças, para ter mais concurso público, gerar mais emprego e atender melhor a população", afirmou.
Deu como exemplo a Sabesp, companhia de saneamento do estado. "A água é uma das riquezas que está sendo muito disputada no mundo, ainda mais com o ataque ao meio ambiente. Para mim, não faz o menor sentido entregar isso para empresários."
Também acabaria com as parcerias com as OSs (Organizações Sociais) e democratizar quem escolhe a chefia dessas empresas. "Defendo que o serviço seja direto. Não faz sentido o estado dar dinheiro para esses empresários. Por que os diretores das escolas não são escolhidos pela comunidade escolar? As OSs deveriam acabar e os trabalhadores entrarem na folha de pagamento do estado."
Durante a sabatina, Altino também defendeu a tarifa zero nos transportes públicos.
"Ninguém chega no metrô de manhã por graça. Todo mundo acorda cedo para trabalhar para as grandes empresas. As pessoas vão ao shopping para comprar os produtos dessas grandes empresas e os garotos que vão estudar, para um dia trabalhar nessas grandes empresas. Nada mais justo que essas grandes empresas paguem o custo desse transporte."
Ele disse que vai permitir a sindicalização de policiais, inclusive com direito à greve -hoje vetado. "Quando falamos de desmilitarizar, é falar do direito de a polícia se sindicalizar e fazer greve, lutar por questões salariais."
O pré-candidato Altino de Melo foi entrevistado por Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, e por Carolina Linhares, repórter da Folha de S.Paulo. A apresentação da sabatina ficou a cargo de Fabíola Cidral.
Próximas sabatinas em SP
- Fernando Haddad (PT) - Hoje, às 16h (horário de Brasília)
O que diz a pesquisa Datafolha
Altino aparece com 1% das intenções de votos, mesma porcentagem apresentada por Abraham Weintraub (PMB). Vinicius Poit (Novo) e Felicio Ramuth (PSD) têm 2% cada um. Os quatro estão empatados dentro da margem de erro, de dois percentuais, para mais ou para menos.
Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, lidera as intenções de votos, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.
O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm um empate técnico, com 10% e 6% das intenções de voto, respectivamente.
O instituto ouviu presencialmente 1.806 eleitores de 62 cidades paulistas entre 5 e 6 de abril. O levantamento tem índice de confiança de 95% e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03189/2022.
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