Haddad cola imagem de Doria a Bolsonaro, elogia França e critica pedágios
O pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) comparou João Doria (PSDB) ao presidente Jair Bolsonaro (PL), elogiou o atualmente concorrente Márcio França (PSB) pela aliança com o ex-presidente Lula e criticou os contratos de pedágio no estado.
Durante a sabatina UOL/Folha realizada hoje, o petista começou dizendo que a presença de Márcio numa eventual aliança teria "um peso muito grande" e seria "um luxo", mas afirmou que a tendência é que se mantenham as duas candidaturas.
"Eu respeito muito a candidatura do Márcio, nunca coloquei essa questão da retirada da candidatura dele. O PSB tem todo o direito de ter um candidato no maior colégio eleitoral do Brasil. Mas o mais importante para mim é o Márcio estar apoiando o Lula", disse, citando que desde 2010 o PSB não caminha junto com PT numa eleição presidencial.
"Não vejo dificuldade de fazer campanha de alto nível com a presença do Márcio no primeiro turno. Mas seria um luxo o campo progressista aliado em torno de uma candidatura só", acrescentou o ex-prefeito.
Disse que não perguntam a ele sobre desistir de sair candidato porque está 13 pontos à frente de França nas pesquisas. "Mas eu acho injusto perguntar [a França se ele vai desistir]. A tese de que ele é um candidato mais viável pode se verificar eventualmente nas urnas."
Rejeição ao PT
Questionado sobre o antipetismo e o histórico apoio ao PSDB do estado de São Paulo, Haddad comentou que: "Doria e o Bolsonaro são muito mais rejeitados em São Paulo do que o PT".
Ele fez várias menções à aproximação de Doria a Bolsonaro em 2018, tentando se aproveitar da rejeição dos dois, e considerou a atitude como "oportunista".
"Não adianta depois lavar as mãos e querer se distanciar do Bolsonaro, como se não tivesse nada a ver com aquilo."
Em relação à pandemia, Haddad citou aumento de impostos para a classe mais pobre.
"O Doria cometeu uma das maiores insanidades que um gestor público cometeu durante a pandemia. Não conheço ninguém no mundo que tenha aumentado impostos durante a pandemia. Ele aumentou impostos sobre material de construção, sobre medicamentos, alimentos e chegou a aumentar o leite em saquinho", disse.
Pedágios
Haddad prometeu manter as câmeras nas fardas policiais, retomar o programa De Braços Abertos na "cracolândia" e rever contratos de pedágios feitos durante a gestão João Doria (PSDB).
"O governo do estado prorrogou contratos que venceriam só em 2028. Fico me perguntando o porquê de alguém fazer isso, prorrogar contratos que estão para vencer nem no próximo governo. Qual vantagem que o cidadão paulista teve com essa prorrogação? Essa empresa que está aí há décadas em São Paulo é a melhor para produzir as melhores tarifas e condições de trafegabilidade no estado de São Paulo?"
"Se eleito governador, pode ter certeza que vou explorar todas as possibilidades legais para trazer benefícios ao cidadão paulista", acrescentou o petista.
O pré-candidato Fernando Haddad foi entrevistado por Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, e por Carolina Linhares, repórter da Folha de S.Paulo. A apresentação da sabatina ficou a cargo de Diego Sarza.
O que diz a pesquisa Datafolha
Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, lidera as intenções de votos, com 29%. Em segundo lugar, está o ex-governador Márcio França (PSB), com 20%.
Altino de Melo Prazeres (PSTU) aparece com 1% das intenções de votos, mesma porcentagem apresentada por Abraham Weintraub (PMB). Vinicius Poit (Novo) e Felicio Ramuth (PSD) têm 2% cada um. Os quatro estão empatados dentro da margem de erro, de dois percentuais, para mais ou para menos.
O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), têm um empate técnico, com 10% e 6% das intenções de voto, respectivamente.
O instituto ouviu presencialmente 1.806 eleitores de 62 cidades paulistas entre 5 e 6 de abril. O levantamento tem índice de confiança de 95% e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03189.
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