Tatto: Falas polêmicas de Lula não tiveram 'efeito nenhum' em pré-campanha
As recentes falas polêmicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não causaram "efeito nenhum" à sua pré-campanha, avaliou o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto. Em entrevista à revista norte-americana Time publicada nesta semana, Lula dividiu opiniões ao comentar a guerra na Ucrânia. Antes, o petista já tinha causado desconforto ao falar sobre policiais e aborto.
"Do ponto de vista do efeito eleitoral, não teve efeito nenhum", disse Tatto, em entrevista ao UOL News, acrescentando que Lula tem ficado à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas. "As pessoas têm uma confiança muito grande [no Lula]. Não é isso que vai desviar a rota de fazer com que ele possa ganhar a eleição", completou.
Pesquisa Ipespe contratada pela XP Investimentos e divulgada hoje aponta o ex-presidente à frente da corrida presidencial com 44% das intenções de voto na pesquisa estimulada — quando é apresentada a lista de nomes dos pré-candidatos. Bolsonaro, que busca a reeleição, aparece em segundo lugar, com 31%.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) vem na sequência, com 8% das intenções de voto; o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) tem 3%, e o deputado federal André Janones (Avante), 2%.Como a margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, esses três pré-candidatos estão tecnicamente empatados.
Jilmar Tatto disse que, nessa fase de pré-campanha, é normal "um escorregão" do petista em suas declarações. Mesmo assim, ele descartou que Lula precise de um media training — auxílio de um profissional para suas declarações e entrevistas à imprensa.
"Pela experiência dele, um homem de 76 anos, com boa oratória, muito querido pelo povo brasileiro, acho que ele tem que gastar energia para ver como ele vai ganhar a eleição e governar o país. A preocupação dele é como vai dialogar com o povo brasileiro", afirmou.
Comunicação online precisa avançar, diz Tatto
O secretário de comunicação do PT admitiu que a abordagem online da sigla precisa melhorar para fazer frente aos militantes bolsonaristas nas redes sociais.
O problema é que eles têm recursos, muito mais que nós. Eles usam o instrumento das fake news e usam robô. Aí é difícil competir nessa área. Jilmar Tatto, secretário de comunicação do PT
Jilmar Tatto ainda garantiu que o PT não está "parado" na mobilização digital e organiza a produção de conteúdos para diferentes canais e públicos, com o objetivo de chegar "em todos os grupos de interesse ou familiares".
"Tudo isso é uma preocupação que a gente tem. Está no nosso radar. Nós precisamos avançar bastante em relação a isso. O próprio PT melhorou a área de comunicação", afirmou.
"É o suficiente? Ainda não, mas não significa que estamos parados. E na pré-campanha e na campanha vamos ter que estruturar de tal maneira para fazer a disputa política também nas redes sociais."
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