Pré-candidata do PSOL critica Zema e diz que Minas tem tons de bolsonarismo
Pré-candidata ao governo de Minas Gerais pelo PSOL, Lorene Figueiredo criticou o atual governador Romeu Zema (Novo) e disse, durante sabatina UOL/Folha de hoje, que vê tons de bolsonarismo na disputa pelo estado.
Líder nas pesquisas, Zema caminha para uma possível reeleição como governador de Minas Gerais. Questionada sobre a popularidade, Lorene disse que "existe um engodo muito bem construído".
"Zema é o governador que, durante o pior momento da pandemia, não só não aplicou os recursos devidos, como cortou investimentos, na saúde e na educação", e acrescentou: "Ele finge de morto. Aparece pouco, fala pouco, e quando aparece, faz aquele discurso do empresário que sabe ser gestor". Zema declinou o convite do UOL e da Folha para participar das sabatinas com pré-candidatos.
A pré-candidata disse também que enxerga tons de bolsonarismo em algumas candidaturas no estado e considera um "absurdo" a estratégia de Zema em se vender como "empresário que se apresenta como negador da política".
"O que a gente vê é justamente uma negação da política. A negação da política significa que não vamos ter discussão de projeto, que se apresentam como algo novo, mas que, na verdade, estão apodrecendo de velhos".
"As pessoas estão exaustas também em apostar em alguns nomes e ver suas expectativas frustradas, então foi se educando a população para acreditar que político é tudo igual."
Durante a sabatina, Lorene também afirmou que há "50 tons de bolsonarismo" na disputa em Minas. "[Há] A associação e o apoio quase incondicional de [Romeu] Zema (Novo) ao governo federal. Vamos ter três candidatos que vão expressar diretamente essa linha da extrema direita, de negação de direitos, e que se expressa nas candidaturas do PSD, do Novo e do PL, que vai vir como puro-sangue, mas vamos ter 50 tons de bolsonarismo", afirmou a pré-candidata, se referindo a Alexandre Kalil, Zema e Carlos Viana, respectivamente.
Questionada sobre uma falta de entendimento entre PSOL e PT no estado, Lorene garante alinhamento nas eleições presidenciais.
"A gente tem um alinhamento com o PT no sentido de que nós devemos derrotar Bolsonaro, esse é o nosso objetivo. Foi um período nefasto para o povo desse país", afirmou.
"O PT entendeu de outro jeito, que era para ser frente ampla. Apostaram em se associar em setores da burguesia, do empresariado. É um traço constitutivo dos governos do PT, frente popular. Essa contradição não é nossa, é dos companheiros do PT."
Para ela, quanto mais candidatos de esquerda, maior a diversidade. "Entendemos que, quanto mais candidatos de esquerda, maior a diversidade. A gente vai conseguir apresentar esses projetos e fazer a síntese depois. O problema não é no momento do debate, é no momento da síntese. Agora, não posso apoiar um conjunto de candidatos de partidos que historicamente têm dado garantia de isenção fiscal para grandes mineradoras, fechando olhos para barragens."
Também criticou a federação feita com a Rede. "Fomos contra essa federação. A gente sabia que ia dar problema, que ia ser complicado. Defendemos o lado socialista, a Rede é sustentabilidade, que defende que é possível apostar em economia verde que explora o meio ambiente dentro da lógica de mercado. Então já temos uma diferença programática evidente aí", afirmou.
"Acho que em 2024 a gente vai se divorciar. Eles que, se quiserem, lutem para vir com a gente depois. Depois a Rede corre atrás do prejuízo deles."
Pesquisa Genial/Quaest
Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada em março, Romeu Zema (Novo) está à frente, com 34% de intenções de voto. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), fica em segundo lugar, com 21%.
Em seguida, quatro candidatos ficam em empate técnico, dentro da margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. André Janones (Avante), com 7%; Cleitinho Azevedo (Cidadania), tem 6%; Carlos Viana (MDB), 5%; e Vittorio Medioli (sem partido), tem 2%.
Daniel Sucupira (PT) e Miguel Corrêa (PDT) têm 1% cada. Os dois candidatos empatam tecnicamente com Cleitinho Azevedo, Carlos Viana e Vittorio Medioli, mas não alcançam André Janones. Lorene Figueiredo não aparece no questionário.
Calendário das sabatinas em MG
- Miguel Corrêa (PDT) - 11/5 - 10h
- Alexandre Kalil (PSD) - 12/5 - 10h
- Marcus Pestana (PSDB) - 12/5 - 16h
- Carlos Viana (PL) - 13/5 - 10h
Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul
As sabatinas UOL/Folha acontecem até o dia 13, sempre ao vivo e com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha. Os entrevistadores serão a apresentadora Fabíola Cidral, o colunista do UOL Alberto Bombig e a repórter da Folha Carolina Linhares.
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