Oyama: Militares indicam que não embarcariam em possível golpe de Bolsonaro
As Forças Armadas não devem embarcar em um possível golpe de estado promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma eventual derrota na disputa presidencial. A apuração é da colunista do UOL Thaís Oyama, em O Radar das Eleições.
"Acho um engano quando se diz que as Forças Armadas estão fazendo intervenção na Justiça Eleitoral. Por enquanto não vejo intervenção, todos eles [militares] repetem isso. Uma coisa é existência de generais bolsonaristas que fecham com Bolsonaro e detestam Lula, outra coisa é achar que o Exército, a Marinha ou Aeronáutica vão embarcar numa aventura".
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou ontem as respostas da equipe técnica às sugestões das Forças Armadas para o processo eleitoral de 2022. Ao todo, foram 7 sugestões apresentadas à Corte Eleitoral e todas foram rejeitadas, seja porque já são adotadas em alguma medida ou não são viáveis de serem implementadas ainda neste ano.
Na resposta da equipe técnica, o TSE afirmou às Forças Armadas que não há uma "sala escura" para apuração da eleição, rebatendo indiretamente as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) que acusou a Corte de manter uma sala secreta para contagem dos votos.
De acordo com apuração de Thaís Oyama, o entendimento atual é que, no máximo, Bolsonaro poderia liderar um golpe individualmente, sem apoio significativo dos militares.
Bolsonaristas temem transferência de votos para Lula
Durante O Radar das Eleições, a jornalista Thaís Oyama também revelou que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro temem que, com o discurso de que o atual mandatário se aproxima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa, possíveis votos de figuras como Ciro Gomes (PDT) sejam transferidos ao petista.
"Essa narrativa de virada tem esse componente eleitoral positivo que mobiliza a galera, mesmo que por meio de notícias falsas, mas ela tem também seu viés negativo. O que eles temem é a migração dos votos, principalmente de Ciro, para o Lula".
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo revela grupos bolsonaristas no WhatsApp, Telegram e canais no YouTube que tentam deslegitimar pesquisas de opinião que mostram Lula na liderança, recorrendo a enquetes enviesadas, pseudopesquisas e ataques contra o Datafolha e o Ipespe.
Segundo levantamento do NetLab, laboratório de pesquisas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e da consultoria de análise de dados Novelo Data, políticos e canais bolsonaristas têm compartilhado resultados de enquetes pela internet como se fossem pesquisas de opinião fidedignas, deslegitimado institutos estabelecidos e promovido o chamado "Datapovo" —fotos e vídeos de aglomerações que comprovariam a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL).
- Assista à íntegra do podcast O Radar Das Eleições, com apurações de Thaís Oyama, Kennedy Alencar e Carla Araújo:
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