Lula defende urna eletrônica e diz que Bolsonaro vai 'sofrer golpe do povo'
O ex-presidente Lula (PT) ironizou, em evento hoje em Juiz de Fora (MG), as declarações mais recentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a ineficiência da urna eletrônica. Na semana passada, o presidente falou em contratar empresa privada para auditar eleições.
Em visita à cidade, o petista disse que Bolsonaro ia "ver o golpe" da população brasileira no dia 2 de outubro, primeiro turno das eleições presidenciais. Pré-candidato à reeleição e segundo melhor colocado nas pesquisas, o presidente da República segue divulgando desinformações sobre urna eletrônica e questionando a Justiça Eleitoral.
Bolsonaro fala em golpe todo dia. Ele vai ver o golpe, vai sofrer. Dia 2 de outubro o povo brasileiro vai dar um golpe no autoritarismo dele e vai reestabelecer a democracia nesse país. Vai ser o primeiro golpe democrático e popular. Um golpe sem fuzil, sem metralhadora, é o golpe da eleição democrática.
Ex-presidente Lula (PT), em Juiz de Fora (MG)
Na última quinta (5), em sua live semanal, Bolsonaro voltou a questionar, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro e disse que pediu ao presidente do PL, ex-deputado Valdemar Costa Neto, para o partido contratar uma empresa externa para fazer auditoria "antes das eleições".
"Adianto para o TSE: essa auditoria não vai ser feita após as eleições. Uma vez contratada, a empresa já começa a trabalhar e vai pedir ao TSE, com toda a certeza, uma quantidade grande de informações", afirmou o presidente.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já faz uma auditoria antes, durante e depois da votação, e partidos políticos podem participar de todo o processo.
No encontro em Juiz de Fora, no terceiro dia de viagem a Minas Gerais, Lula retomou o assunto e disse confiar nas urnas, visto que foi eleito duas vezes pelo sistema.
"Ele [Bolsonaro] tá dizendo que a urna eletrônica vai praticar o roubo. Sabe por que eu confio na urna? Porque, se pudesse roubar, um torneiro mecânico não teria sido presidente da República duas vezes", disse Lula.
O ex-presidente argumentou ainda que o PT não teria chegado no segundo turno das outras eleições que perdeu (1989, 1994 e 2018), embora, nas duas primeiras ainda fosse voto impresso. A urna eletrônica foi adotada pela primeira vez nas eleições presidenciais em 1998.
Na viagem de três dias por Minas Gerais, iniciada na segunda-feira (9), o ex-presidente tem subido o tom contra Bolsonaro, seu principal adversário ao Palácio. Ontem, em Contagem (MG), o petista criticou a política de flexibilização armamentista do governo.
"Eu vou distribuir livro na escola e ele [Bolsonaro] quer vender armas. Ele não fala a palavra 'educação', ele não fala 'livro', ele não fala nada. Só sabe falar 'carabina, fuzil, pistola', e eu quero dizer: esse país não precisa de armas", declarou Lula.
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