TSE inicia etapa final de teste de segurança de urnas eletrônicas
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) inicia hoje a última etapa do TPS (Teste Público de Segurança) das urnas eletrônicas. Até quinta-feira (13), os investigadores que encontraram vulnerabilidades na etapa anterior, em novembro, repetirão os testes para verificar se os problemas foram resolvidos. O processo acontece em paralelo à tensão política gerada pelos questionamentos feitos pelas Forças Armadas à Justiça Eleitoral sobre o processo de votação.
O TPS é realizado desde 2009, e sempre começa no ano anterior à eleição. O objetivo do processo é justamente detectar fragilidades para saná-las a tempo do pleito. O resultado da etapa iniciada hoje será divulgado no dia 30.
Agora, voltam ao tribunal os responsáveis pelos cinco planos de ataque que acharam fragilidades. Estas tentativas de violação miraram principalmente os sistemas de transmissão e recepção dos resultados, segundo o TSE. Os responsáveis por estes planos de ataque são, de forma geral, estudantes e acadêmicos da área de ciência da computação. Os achados estão detalhados em um relatório técnico do TSE.
Em novembro, 29 planos foram executados ao longo de seis dias, com tentativas de alteração do software da urna, mudança do resultado da eleição ou violação do sigilo do voto. No começo de dezembro, o chefe da Seção de Voto Informatizado da Corte, Rodrigo Coimbra, disse que "todas as tentativas de ataque sobre o software não obtiveram êxito, assim como os ataques sobre os sistemas de apoio à preparação das urnas para as eleições".
O TPS tem uma comissão avaliadora responsável pela elaboração do relatório final dos testes. Ela é formada por representantes de órgãos como Ministério Público Federal, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Polícia Federal e Congresso Nacional, além de especialistas em segurança da informação. Os testes são abertos à imprensa e também podem ser acompanhados pelas entidades que fiscalizam o processo eleitoral, como partidos políticos.
Processo eleitoral é questionado
A última etapa do TPS tem início apenas dois dias depois de o TSE responder as sugestões enviadas pelas Forças Armadas para o processo eleitoral de 2022 no âmbito da Comissão de Transparência Eleitoral, grupo organizado pelo tribunal com integrantes de instituições e órgãos públicos, especialistas em tecnologia da informação e representantes da sociedade civil.
Entre outras sugestões, as Forças Armadas opinaram que a totalização dos votos fosse "feita de maneira centralizada no TSE em redundância com os TRE [Tribunais Regionais Eleitorais], visando a diminuir a percepção da sociedade de que somente o TSE controla todo o processo eleitoral". O TSE respondeu que não existem "salas secretas" de apuração e que "os votos digitados na urna eletrônica são votos automaticamente computados e podem ser contabilizados em qualquer lugar, inclusive, em todos os pontos do Brasil".
A resposta do TSE negando a existência das supostas "salas secretas" gerou uma nova onda de desinformação sobre o assunto, como mostrou hoje o UOL Confere. O termo já havia sido usado anteriormente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que há anos faz acusações infundadas de irregularidades em eleições. Nunca houve fraude comprovada em pleitos com a urna eletrônica.
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