Corrêa defende Ciro, rebate condenação judicial e critica estradas em Minas
Pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PDT, Miguel Corrêa defendeu o companheiro de partido, Ciro Gomes, rebateu, durante sabatina UOL/Folha, sua condenação judicial e fez críticas às estradas do estado.
Ciro Gomes tenta viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto, enquanto tem recebido pedidos para desistir da campanha em prol de Lula (PT). Recentemente, ele postou nas redes sociais que não pretende deixar a disputa.
Miguel Corrêa defendeu Ciro e ressaltou o esforço para formar alianças, inclusive com nomes da chamada "terceira via".
"Aos partidos cabe a disputa do espaço público, ele está constituído. Em uma eleição de dois turnos, as candidaturas podem se apresentar", afirmou.
"O que o Ciro tem feito a todo tempo é buscar aliados para fazer essa disputa eleitoral, e dialogar com todos os campos faz parte da prática do candidato a presidente, ele precisa unir forças."
Condenação judicial
Corrêa foi considerado inelegível por oito anos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder econômico, captação ilícita de recursos para a criação de aplicativos de internet e contratação de influenciadores digitais em benefício da campanha de 2018, quando disputava o Senado na chapa conjunta com Dilma Rousseff (PT). O pedetista recorreu da decisão, e o caso será julgado após a oficialização das candidaturas, em agosto.
Disse que já recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) e explicou que o processo teve a participação de um antigo escritório que atendia o pré-candidato.
"Em todos os meus anos de vida pública, nunca fui chamado pelo Ministério Público por peculato, corrupção ou o que quer que seja. Sequer figurei em alguma lista ou tive participação em alguma ilicitude", afirmou. "A possibilidade de ser candidato se delibera pelo registro de candidatura, que começa em agosto. Só nesse momento que podem pedir a impugnação do meu registro", disse, mantendo sua proposta de concorrer.
"Jogamos com todos os elementos ainda na mesa. Não há necessidade de criar uma abreviação em um momento em que temos o tempo."
Miguel Corrêa também fez críticas às estradas do estado e a forma em como o atual governador, Romeu Zema (Novo), utiliza recursos públicos: "O Zema não tem rodado de carro nas cidades mineiras. É um absurdo a situação das estradas".
Ele citou também a indenização sob a questão de Brumadinho e provocou: "O Zema teve a grata surpresa de ter uma arrecadação absurdamente maior do que a dos governos anteriores e absolutamente não fez nada".
"Ele passa por mais de R$ 30 bilhões em caixa e não cuida do que é mais simples? O que de concreto o Zema apresentou ao estado?"
Apoio presidencial
Também pré-candidato ao governo de Minas, Alexandre Kalil disse, durante a sabatina UOL/Folha, que espera um apoio do Lula (PT). "Lula quer Kalil, e Kalil quer Lula".
Miguel Côrrea foi do PT durante anos e apoiou a ex-presidente Dilma. Sobre isso, ele ressaltou que essa aproximação com outros partidos foi "um dos grandes motivos da minha saída do PT".
"Você acaba não tendo espaços para apresentar projetos". "É uma situação muito desconfortável para o PT de Minas Gerais, que tem que implorar para participar de uma chapa."
Ele negou apoiar o ex-presidente Lula e reafirmou estar com Ciro. "Optei meu caminho por um partido progressista, que defende uma candidatura fora desse bloco de disputa [polarizado] e quer apresentar novas ideias e programas."
"Ele [Ciro] tem todas as condições —e isso não significa que ele seja um favorito— de conquistar [as eleições]", disse Corrêa em sabatina com os pré-candidatos ao governo de Minas Gerais, promovida pelo UOL em parceria com a Folha de S.Paulo.
Sobre declarações elogiosas ao pré-candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Corrêa, que já integrou as fileiras do PT, disse que respeita a história do ex-presidente, embora discorde de atitudes da legenda em relação a pleitos estaduais.
"Eu não vou desrespeitar e nem desacreditar a minha trajetória e relações que construí", pontuou. "Optei meu caminho por um partido progressista, que defende uma candidatura fora desse bloco de disputa e quer apresentar novas ideias e programas", acrescentou.
"Quando você está em um projeto, em todos os cenários é fundamental que você tenha um plano B. Agora, nesse plano B cabe estratégia, e a nossa posição central é que vamos com Ciro, e que ele vai para o segundo turno. Temos compreensão de que, indo para o segundo turno, essa esquerda apoiará o Ciro."
A apresentadora Fabíola Cidral, o colunista Alberto Bombig, do UOL, e a repórter Carolina Linhares, da Folha, comandaram a entrevista.
Sabatinas UOL/Folha
O atual governador, Romeu Zema (Novo), declinou do convite. Segundo a assessoria de imprensa do pré-candidato à reeleição, procurada diversas vezes para que ele participasse, a avaliação feita é de que "não é momento para participar" de sabatinas.
Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada em março, Zema está à frente na corrida eleitoral em Minas, com 34% de intenções de voto. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), fica em segundo lugar, com 21%.
Em seguida, quatro candidatos ficam em empate técnico, dentro da margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos: André Janones (Avante), com 7%; Cleitinho Azevedo (Cidadania), com 6%; Carlos Viana (MDB), com 5%; e Vittorio Medioli (PSD), com 2%.
Daniel Sucupira (PT) e Miguel Corrêa (PDT) têm 1% cada. Os dois candidatos empatam tecnicamente com Cleitinho Azevedo, Carlos Viana e Vittorio Medioli, mas não alcançam André Janones. Lorene Figueiredo e Marcus Pestana (PSDB) não aparecem no questionário.
Calendário das sabatinas em MG
- Marcus Pestana (PSDB) - 12/5 - 16h
- Carlos Viana (PL) - 13/5 - 10h
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