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Carlos Viana defende Bolsonaro, critica urna eletrônica e nega golpismo

Pedro Vilas Boas e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL

13/05/2022 10h29Atualizada em 13/05/2022 12h38

Pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PL, o senador Carlos Viana defendeu o presidente Jair Bolsonaro durante a sabatina UOL/Folha, criticou as urnas eletrônicas e negou qualquer ameaça golpista no país.

Ele disse que a reeleição de Bolsonaro é "o projeto mais importante" e disse que vai aceitar se o partido decidir não lançá-lo como candidato por uma estratégia eleitoral.

"Esse é o projeto que todo o partido tem e está empenhado no Brasil, que é a manutenção de um candidato de centro-direita no poder, evitando a chegada da esquerda novamente ao país. E Minas não pode ficar de fora", afirmou.

"Se o presidente entender que, lá na frente, o caminho é unificar a direita em uma candidatura só e entender que o atual governador é o caminho, claro. Não vou ser contrário à decisão partidária."

Mas fez diversas críticas ao governo de Romeu Zema (Novo), dizendo que não investiu no estado, não tem apoio na Assembleia Legislativa para aprovar medidas e patina na gestão.

O governo de Minas é um governo de papelão. Você tem uma série de publicidade sobre eficiência administrativa, mas, no fundo, você percebe que o estado não saiu da dependência da União, não tem programa de desenvolvimento para deixar de ser estado minerador."
Carlos Viana (PL), pré-candidato ao governo de MG

Em pesquisa divulgada hoje pela Genial/Quaest, Viana aparece com 9% das intenções de voto, em terceiro lugar, atrás apenas de Alexandre Kalil (PSD), que tem 30%, e de Zema, com 41%. Ele disse que, com o apoio de Bolsonaro, tem chances de crescer.

O senador elogiou o liberalismo da economia de Bolsonaro e a liberdade religiosa. Também ecoou as críticas do presidente sobre as urnas eletrônicas, dizendo que é "um sistema que tem falhas".

"O sistema eleitoral brasileiro funciona, tem se mostrado bem prático, mas ele é um sistema que tem falhas, ainda que 0,01%. Não há sistema digital no mundo que não tenha falhas. Se você pegar o sistema Android, ele tem falhas. Quais são essas falhas? Onde existe fragilidade? É isso que está sendo colocado. Quando a Justiça Eleitoral diz que não há falhas, riscos, não é verdade."

Ele negou que haja qualquer componente de golpe nessas críticas e disse que defende o debate democrático com toda a sociedade.

"Quem fala em ato golpista? São os próprios jornalistas e comentaristas. As Forças Armadas brasileiras têm muita clareza sobre o dever constitucional delas. Em momento algum da parte do presidente se falou em se acabar com a Constituição. Não há menor possibilidade de qualquer tipo de intervenção das Forças Armadas fora da Constituição."

Apesar da ampla defesa que fez das ideias de Bolsonaro, Viana criticou o negacionismo contra a eficiência das vacinas, principalmente contra a covid.

"Discurso contra vacinas é discurso vencido, essa é uma página que tem que ser virada no país. Quem fala contra vacinas tem que observar os números, e isso vale para o presidente também."

Mineração em segundo plano

O senador prometeu investir em outras frentes que não a mineração, porque é um recurso limitado, e criticou o licenciamento para mineração na Serra do Curral.

"Minas Gerais depende de mineração de forma absurda. As minas vão exaurir e a população não vai aceitar. Temos a Serra do Curral, que é cartão-postal da cidade, que, recentemente, ganhou licença à noite para começar mineração. Isso está indicando um caminho para gente. Temos que buscar outras fontes de renda para Minas Gerais."

Ele disse ainda que vai valorizar a carreira dos policiais e definir penas mais severas à criminalidade.

"Ser de direita não é ser a favor do 'pau de arara'. É você valorizar os policiais, mas respeitar a vida. Eu, por exemplo, defendo penas mais severas para crimes hediondos mais graves. O encarceramento tem que ser revisto em várias situações. Eu defendo, por exemplo, uso de câmeras para dar, inclusive, segurança aos policiais nas ações", afirmou.

A sabatina foi conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista Alberto Bombig, do UOL, e pela jornalista Carolina Linhares, da Folha de S. Paulo.