Cacique do PSDB pede para Doria desistir: 'Travou e não consegue destravar'
O ex-senador José Aníbal (PSDB-SP) pediu hoje que o ex-governador João Doria (PSDB-SP), pré-candidato tucano à Presidência da República, desista da corrida ao Palácio do Planalto.
Suplente de José Serra (PSDB), Aníbal afirmou que seria um "gesto de grandeza" do paulista deixar a disputa. "Travou e não consegue destravar", disse o político à GloboNews. O advogado de Doria, Arthur Rollo, cobrou que as prévias do PSDB sejam respeitadas ao falar com a emissora logo após o cacique tucano.
Na avaliação de Aníbal, o ex-governador paulista "já teve várias demonstrações das bancadas de deputados federais, senadores, dos candidatos a governadores, das ruas, das pesquisas, que a candidatura dele não encaixa".
Ele [Doria] ganhou a eleição para prefeito em 2016, renunciou, foi candidato a governador, ganhou, mas agora deu uma travada. Travou e não consegue destravar. E não é justo que o partido fique aí contemplando uma campanha que seria desastrosa com ele como candidato a presidente. Ex-senador José Aníbal (PSDB-SP)
Ainda de acordo com o ex-senador, uma eventual candidatura de Doria representando a terceira, bloco que se apresenta para fazer contraposição à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), poderia implicar em uma redução das bancadas do PSDB e no que ele avalia ser "um resultado muito ruim" para os candidatos do PSDB aos governos estaduais.
"Que ele [Doria] tenha a grandeza de dizer: 'tudo bem, a minha candidatura não evolui. Não anda'. E vamos buscar outra candidatura", acrescentou Aníbal ao defender que nomes tucanos mais viáveis seriam os do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) ou do ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB).
'Vontade é a da maioria', diz advogado de Doria
Ao rebater as declarações de Aníbal, o advogado Arthur Rollo lembrou das prévias realizadas pelo PSDB no ano passado. Na consulta interna, Doria venceu Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB). "A vontade não pode ser a do senador José Aníbal, não pode ser a de nenhum candidato. A vontade é a da maioria. Os filiados disseram que querem a candidatura de João Doria e essa vontade da maioria tem que prevalecer", afirmou.
A defesa do ex-governador paulista ainda comentou a carta que Doria enviou no sábado (14) à cúpula do PSDB. "O objetivo dessa carta não é brigar. É apenas que seja respeitado o estatuto do PSDB e que seja respeitada a vontade da maioria composta de 30 mil filiados que votaram nessas prévias", disse Rollo.
A aliados, o presidente da legenda, Bruno Araújo, disse que a carta do paulista em que acusa a sigla de "golpe" e "tapetão" é um sinal de "quase rompimento" com o PSDB, que ao fazer isso Doria "politicamente assume que não tem um partido" e que ele está entrando "em guerra" contra toda a Executiva tucana.
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