Sou apoiador do Bolsonaro, mas não vou criticar Lula, diz Cláudio Castro
Em busca da reeleição, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), disse, em entrevista ao jornal O Globo, que não quer nacionalizar a disputa. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), que também busca se reeleger ao Planalto, Castro afirmou que não vai criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário do atual chefe do Executivo, "porque estou preocupado com o estado".
Sou apoiador do Bolsonaro, nunca neguei o alinhamento a ele, mas sempre tem gente querendo criar confusão nisso. Não vou criticar o Lula porque estou preocupado com o estado. Enxergo com pragmatismo. Os dois mandatos dele tiveram coisas boas e ruins. Meu papel é falar do Rio e não quero nacionalizar a eleição estadual. O bolsonarista, o lulista, o cirista, o morador do Rio em geral, podem esperar do Cláudio Castro alguém que governará o estado com uma enorme paixão Cláudio Castro, governador do Rio, em entrevista ao jornal O Globo
Questionado sobre a postura do mandatário em meio à pandemia da covid-19, que deve ser alvo de adversários na campanha, Castro disse não ser "comentarista" das falas de Bolsonaro. O presidente chamou a doença de "gripezinha" e incentivou o uso da cloroquina, remédio comprovadamente ineficaz contra a covid.
O governador também chamou Bolsonaro de "pai da vacina", dizendo que ele foi o responsável por comprar os imunizantes. A gestão federal, no entanto, atrasou a compra de vacinas e, por consequência, a aplicação de doses na população.
Sobre um suposto acordo que prevê que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) indique seu vice, Castro disse que o filho mais velho do presidente nunca pediu ou exigiu nada e é "um dos sujeitos mais republicanos que conheço".
"Preciso que os partidos me deem o direito de escolher o vice. Esse assunto precisa ser muito conversado e só será definido mais próximo das convenções", afirmou.
O governador também se definiu como um político de centro-direita "bem liberal na economia", mas que acredita que o Estado precisa de "um olhar mais sensível aos mais vulneráveis".
Sobre a ação policial no Jacarezinho no ano passado, deixou 28 mortos, Castro diz que seu governo "não celebra a morte de ninguém", mas que, nesse caso, só o policial que acabou morto era inocente.
"Sempre que tiver que escolher um lado, estarei com a polícia. Investigaremos quem comete desvios, mas nunca estarei ao lado do bandido. Isso eu deixo para o [Marcelo] Freixo [adversário de Castro na eleição].
Ele também atacou Freixo, seu principal adversário na disputa segundo as pesquisas de intenção de voto, quando repete que não quer ficar falando sobre a disputa nacional. "Acho que o Freixo está sendo candidato ao cargo errado. Ele fala tanto de Bolsonaro que deveria se candidatar a presidente e enfrentá-lo. É coisa de quem nunca trabalhou na vida."
Sobre o ex-governador Wilson Witzel, de quem era vice, Castro diz nunca ter feito nenhuma articulação para tirá-lo do cargo. Witzel sofreu impeachment em 2021 por crime de responsabilidade.
"É só perguntar para a política toda, nunca fiz nenhum movimento. Se eu tivesse trabalhado, talvez ele teria caído antes. Ele perdeu de 69 a zero (placar do processo de impeachment na Assembleia). Ele perdeu as condições políticas. Sempre colaborei no que podia, mas vocês mesmo diziam que eu era um vice discreto, com pouca relevância."
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