Socialismo que propomos é realizável, diz pré-candidato do PCB no RJ
Eduardo Serra (PCB), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, defendeu os ideais socialistas como norte para o estado a partir de 2023, afirmando que o programa que a sigla dele apresenta para o RJ é "realizável".
"Nós nos apresentamos como uma alternativa de esquerda socialista. Deixamos claro essa nossa posição. E, com isso, nos diferenciamos de outras forças que estão à esquerda, mas se colocam no campo da social-democracia. Não estamos propondo uma utopia de curto prazo, mas coisas realizáveis", disse Serra durante sabatina UOL/Folha de S.Paulo hoje.
Citando exemplos de pautas do PCB para o Rio e para o Brasil, Serra falou em expandir a saúde pública gratuita "e de alta qualidade", um caminho para o emprego que passa pela "reindustrialização" da economia nacional, "com a reversão do agronegócio e uma reforma agrária que gere mais emprego no campo", e mais apoio do governo federal para estados e municípios sobre a educação básica. "Propomos um conjunto de medidas emergenciais para combater o desemprego agudo que estamos passando."
"As eleições são um momento importante para a gente colocar essas ideias. E nós nos apresentamos como programa de caráter anticapitalista, com medidas concretas para dialogar com o conjunto da população", acrescentou.
Ele afirmou também defender uma participação popular de massa, com a eleição de conselhos, negando a possibilidade de chegar a um autoritarismo do regime socialista. "Fazemos uma leitura crítica de outras experiências socialistas no mundo."
Críticas a Marcelo Freixo
Serra elogiou a trajetória de Marcelo Freixo (PSB), outro candidato à esquerda na disputa, mas fez críticas ao partido.
"O PSB é um partido mais institucional, ele tem alguns militantes, representantes que são um pouco mais de esquerda. Mas o PSB não é de esquerda, é um partido mais ao centro. O Marcelo Freixo se apresenta como uma candidatura de centro, que compõe com segmentos mais conservadores. Além disso, nunca se colocou como comunista", afirmou.
Também criticou o atual governador, Cláudio Castro (PL), dizendo que este compartilha as mesmas políticas de Bolsonaro: "liberais, antitrabalhador, antipovo". "Há vários exemplos disso, como o desmonte do setor público."
"Esse é o perfil do Cláudio Castro: uma pessoa de direita, que segue a mesma linha do governador do qual ele era o vice [Wilson Witzel, que foi cassado] e é apoiador do Bolsonaro e do bolsonarismo."
Ele também falou sobre as pesquisas recentes, na qual aparece com 5% das intenções de votos, e riu ao responder sobre possível confusão com o senador José Serra (PSDB) e o prefeito Eduardo Paes (PSD).
"Essa amostra que a gente analisou dos 5% de intenção de votos que eu tive, grande parte são de jovens, que moram no Rio de Janeiro, portanto não sabem quem é o outro nome [citando José Serra]". "Isso é uma resposta ao crescimento do PCB, é uma tentativa de jogar água no chope, não tem fundamento."
Os entrevistadores de Serra foram Kennedy Alencar e Chico Alves, colunistas do UOL, e Italo Nogueira, repórter da Folha.
Segundo pesquisa Datafolha para o governo do RJ divulgada em abril, há um empate técnico na liderança entre o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o atual governador Cláudio Castro (PL).
O terceiro lugar traz oito candidatos tecnicamente empatados: Anthony Garotinho (União Brasil), com 7%; Rodrigo Neves (PDT), com 5%; Eduardo Serra, com 4%; General Santos Cruz (Podemos), também com 4%; Cyro Garcia (PSTU), com 3%; André Ceciliano (PT), com 2%; Felipe Santa Cruz (PSD), com 2%; e Paulo Ganime (Novo), que tem 1% das intenções de voto.
A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Calendário das sabatinas no Rio
- 19/5 - 16h - Cyro Garcia (PSTU)
- 20/5 - 10h - Marcelo Freixo (PSB)
- 20/5 - 16h - Cláudio Castro (PL)
Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Paraná, Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul.
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