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Após impasse e desistência de vice, Kalil anuncia aliança com Lula em MG

Montahem de fotos de Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de BH e pré-candidato ao governo de Minas, e o ex-presidente Lula (PT) - Reprodução
Montahem de fotos de Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de BH e pré-candidato ao governo de Minas, e o ex-presidente Lula (PT) Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

19/05/2022 19h32Atualizada em 20/07/2022 16h24

Pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD) anunciou nesta quinta-feira (19) a aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Estado. Kalil reuniu-se com o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador da campanha de Lula em Minas, e com o deputado estadual Agostinho Patrus (PSD-MG), que desistiu ontem de ser o vice de Kalil na chapa.

Os termos do acordo ainda não foram divulgados. A reunião, feita em Belo Horizonte, durou a tarde toda. O palanque ainda não havia sido oficializado por causa de entraves envolvendo a disputa pelo Senado no estado — Reginaldo e Alexandre Silveira (PSD) são os pré-candidatos de cada partido a uma vaga na Casa.

Além disso, a chapa do PSD inicialmente seria puro-sangue, com Agostinho Patrus como o vice de Kalil. O PT argumentava que, para dividir o palanque, era necessário ter algum petista na composição. Ontem (18), Agostinho comunicou ao PSD que abriria mão de ser vice para selar o acordo.

A decisão de Agostinho não só atende ao que exige o PT como também dá fôlego à candidatura do ex-prefeito de BH; conforme divulgado pelo UOL, o PSD de Minas considerava mais vantajoso investir na reeleição de Silveira ao Senado do que brigar pelo governo estadual.

Parte do eleitorado mineiro do PSD — principalmente no interior — é identificada com o bolsonarismo, assim como alguns de seus parlamentares eleitos. O próprio Silveira foi cotado para ser o líder do governo federal no Senado.

Desistência de vice veio após mudança do PT

A decisão de Agostinho foi tomada três dias após a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), anunciar que Reginaldo assumiria a coordenação da campanha de Lula em Minas e que atuaria nos bastidores para selar a aliança com o PSD.

Oficialmente, Reginaldo disse que não estava abrindo mão da disputa pelo Senado, mas internamente ele já admitia a possibilidade de ceder para viabilizar a aliança. O nome dele tem sido cotado para entrar como vice de Kalil, assim como o do deputado estadual André Quintão (PT-MG).

A reportagem apurou que Quintão foi uma indicação do próprio Kalil, mas que a decisão final caberia a Reginaldo, a quem a campanha nacional deu liberdade para costurar as negociações no Estado.

Kalil pediu aliança formal com Lula

A falta de um acordo formal teria provocado a ausência de Kalil no palanque de Lula em viagem a Minas na semana passada.

O ex-prefeito de BH pediu, durante sabatina UOL/Folha, uma aliança formal com o Lula. Ele elogiou o ex-presidente, e o chamou de "grande líder": "Eu tenho uma visão humana, como o presidente Lula", disse.

"Pelo tamanho do presidente Lula, ninguém dá bolo nele. Quem dá bolo é malcriado, não cumpre o dever e não vai ao encontro que marcou. Como não houve nada marcado, então não houve bolo", e acrescentou: ''O que o candidato Alexandre Kalil quer é uma aliança formal com o presidente Lula".

Em mais de uma ocasião, Kalil afirmou que não votará no presidente Jair Bolsonaro (PL) e que Lula é o seu candidato à Presidência da República.