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Em disputa contra Tebet, Doria divulga análise a seu favor: 'Simples assim'

João Doria disputa a liderança de chapa da terceira via contra Simone Tebet - ISAAC FONTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
João Doria disputa a liderança de chapa da terceira via contra Simone Tebet Imagem: ISAAC FONTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL, em Maceió

20/05/2022 17h58

Em uma disputa contra a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para decidir quem vai liderar a chapa da chamada terceira via no pleito presidencial de outubro, o ex-governador João Doria (PSDB-SP) divulgou um vídeo com uma análise favorável à sua candidatura, apontada como mais forte e com maior potencial de votos em relação à da parlamentar.

No Twitter, Doria compartilhou o trecho de uma entrevista concedida pelo cientista político e presidente do Conselho Ipespe, Antônio Lavareda, à Rádio Bandeirantes, na qual ele afirma que "os números são muito evidentes", quando mostram o tucano com melhor possibilidade de fazer oposição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), respectivamente primeiro e segundo colocado nas pesquisas de intenções de votos.

"Por que João Doria tem mais capacidade de potencial de crescimento de uma campanha do que a candidata Simone Tebet? Por um fator natural: Essa é uma eleição diferente", diz o cientista, que ganhou a concordância do tucano. Na legenda da publicação, Doria complementou com um "simples assim".

Para Lavareda, a disputa presidencial coloca em lados opostos dois candidatos com "currículos pujantes", em que um já foi presidente da República, e o outro é o atual chefe do Executivo Federal. Portanto, diz o cientista político, para fazer frente aos dois nessa "briga de cachorro grande", é preciso alguém com um currículo expressivo, e essa pessoa seria Doria, e não Tebet, porque ela "ainda não tem a dimensão curricular para enfrentar essa briga de cachorros grandes".

"O currículo dos dois principais líderes são currículos pujantes, de presidência da República. Um é e o outro foi presidente. A única coisa, o único currículo que pode competir com isso é o currículo de um ex-governador de São Paulo, ou seja, as realizações de João Doria em São Paulo, afora vacina [contra o coronavírus],podem colocá-lo numa disputa, num debate, numa comparação efetiva por parte dos eleitores. Como se diz popularmente, essa disputa, essa eleição, é uma briga de cachorro grande. No momento, a senadora Simone Tebet, que tem um excelente desempenho no Senado, teve uma grande performance na CPI [da Covid], não tem ainda a dimensão curricular para enfrentar essa briga de cachorros grandes", completou.

Doria diz estar 'dialogando'

Preterido pelo PSDB, MDB e Cidadania como o candidato da terceira via nas eleições deste ano, João Doria ainda não desistiu de sua candidatura e disse estar "dialogando" sobre a possibilidade de ser vice em uma chapa com Simone Tebet.

"Estamos dialogando, sempre conversando. O diálogo é a base da democracia", afirmou o ex-governador.

Nesta semana, os presidentes do MDB, PSDB e Cidadania deram aval para que Simone Tebet seja indicada como a candidata das legendas para disputar o Palácio do Planalto, mas o nome da senadora ainda precisa ser referendado pela executiva nacional dos três partidos.

Ontem, ambas as legendas divulgaram uma nota conjunta em que defenderam uma "união" entre Doria e Tebet, e enfatizaram que o principal interesse é o "bem do Brasil", e não desejos pessoais.

Escolhido como candidato do PSDB nas prévias tucanas no ano passado, João Doria tem sido rifado dentro do próprio partido, segundo contou o ex-senador Aloysio Nunes. Para ele, a candidatura do ex-governador "não é viável" e, por esse motivo, vai apoiar Lula nas eleições.

Conforme a colunista do UOL, Thais Oyama, João Doria se recusou a participar de um encontro com os membros da Executiva tucana, pois sabia que, à sua espera, encontraria um "corredor polonês" — apenas um dos 32 membros do colegiado máximo do partido defende a manutenção de sua pré-candidatura à Presidência.

A briga nos bastidores do PSDB, por exemplo, está intensa entre o presidente do partido, Bruno Araújo, e João Doria. Segundo o colunista do UOL, Tales Faria, Araújo já avisou ao tesoureiro tucano, Cesar Gontijo, que não assinará a liberação de "nem mais um centavo" para gastos na pré-campanha do ex-governador.