Campanha de Lula quer reunião com TSE para pressionar Telegram
A campanha do ex-presidente Lula (PT) está preocupada com o uso do aplicativo de mensagens Telegram durante as eleições. O partido pretende procurar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para debater uma possível regulamentação da ferramenta.
De acordo com a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, o principal problema para o PT é que a plataforma, muito popular entre bolsonaristas, não faz controle de compartilhamento de fake news. "O Telegram não tem [regulação]. Isso nos preocupa muito, porque está sendo utilizado de uma maneira a disseminar isso [fake news]."
Em coletiva de imprensa após a primeira reunião da pré-campanha, em São Paulo, Gleisi afirmou que vem conversando com outras legendas sobre esse assunto.
"A ideia era —inclusive conversamos internamente entre os partidos— fazer uma audiência no TSE. Ir lá, não só esses partidos, outros partidos que também são vítimas de todo esse ataque bolsonarista. Acho que não dá para a gente deixar essas coisas sem regulação."
Segundo a deputada, outros aplicativos populares, como WhatsApp, Twitter e Facebook "são mais regulados" e trazem menos inquietação. "[Os apps] já tomaram uma série de medidas. Podem melhorar. Mas o Telegram nos preocupa muito", apontou.
O Telegram é um dos meios mais usados para transmissão de conteúdo do presidente Jair Bolsonaro (PL), principal adversário de Lula na campanha, com um canal oficial com mais de 1,4 milhão de seguidores —21 vezes maior do que o do petista.
Em março, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu a um pedido da Polícia Federal de suspender o app no Brasil. Na decisão, a Corte determinava uma série de mudanças, entre elas, a suspensão de dois canais bolsonaristas.
Revogada 48 horas depois porque as exigências foram atendidas, a decisão irritou Bolsonaro e seus apoiadores. O aplicativo de mensagens tem sido um dos principais redutos da extrema direita no mundo desde 2016.
Na semana passada, o aplicativo voltou a ser centro de polêmica com a suspensão do "B 38", maior grupo não oficial de apoio ao presidente brasileiro na plataforma. Com mais de 67 mil membros, o canal voltou a funcionar, reformulado, na última quinta (12).
Conforme o UOL revelou, esta reação tem causado preocupação dentro dos próprios grupos bolsonaristas e de direita na plataforma, que têm tentado maquiar e moderar falas violentas de seus participantes contra a esquerda.
Casos de agressão como o ocorrido à caravana do ex-presidente Lula (PT), em Campinas (SP) no início de maio, chegam a ser comemorados e endossados nos grupos, mas ameaças diretas e promessas de agressão foram desestimuladas.
Primeira reunião de pré-campanha
A coordenação da pré-campanha de Lula realizou hoje a primeira reunião com a presença dos sete partidos da coligação. Na pauta, com base em pesquisas eleitorais, o grupo avalia uma chance de vitória no primeiro turno e, para isso, a possibilidade de expansão da aliança.
Na reunião, iniciada pela manhã em um hotel na região da Avenida Paulista, em São Paulo, com Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice, ocorreu mais uma análise de conjuntura política, com a exposição do compilado de pesquisas até o momento, feito pelo economista Marcos Coimbra, e a avaliação de cada partido.
Participaram os dois pré-candidatos, os presidentes partidários, dois representantes de cada partido entre outras lideranças, como os líderes do PT no Senado, Paulo Rocha (PT-PA), e na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG).
O diagnóstico é que ainda é possível vencer no primeiro turno, porém a margem é muito apertada. Com base em pesquisas internas e externas de nove institutos, o grupo chegou a três pontos:
- Estabilidade inédita de Lula na faixa dos 40% a 42%;
- Consolidação dos votos em dois candidatos (Lula e o presidente Jair Bolsonaro);
- Tendência de consolidação da eleição no primeiro turno.
De acordo com o agregador de pesquisas UOL, a diferença atual entre os dois é de 12 pontos percentuais.
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