Lula sente 'falta' do apoio do PDT, diz Gleisi Hoffmann
O ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) sente "falta" do apoio do PDT nas eleições presidenciais deste ano, segundo disse a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann.
Durante coletiva de imprensa realizada hoje na primeira reunião de campanha da chapa formada por Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB-SP), Gleisi pontuou que o petista se mostrou contente por estar ao lado de várias siglas de esquerda e de centro-esquerda que apoiam sua candidatura, embora destaque a ausência do PDT, que lançou o ex-governador Ciro Gomes como pré-candidato do partido na disputa pelo Palácio do Planalto.
"O presidente Lula fez questão de dizer que é a primeira vez que ele senta com o conjunto dos partidos que representam esse campo progressista e democrático, da esquerda e da centro-esquerda, que nenhuma outra eleição ele teve esse conjunto. Ele disse: 'só falta o PDT aqui para compor esse campo totalmente'. Ele deixou claro isso", declarou a parlamentar.
Segundo Hoffmann, ela respeita a legitimidade das legendas em lançarem seus próprios candidatos e negou que o PT esteja pressionando o presidente do PDT, Carlos Lupi, para que eles abracem a candidatura petista.
"Isso não é correto fazer. A gente respeita muito a legitimidade dos partidos de apresentar a candidatura. Obviamente gostaríamos de ter o PDT neste campo, mas respeitamos. Não sei se a candidatura do Ciro vai continuar até o fim ou não. Essa é uma decisão que cabe ao PDT", afirmou.
Em uma eventual desistência de Ciro Gomes, Gleisi Hoffmann disse ser natural e "óbvio" que boa parte dos eleitores do pedetista decidam apoiar Lula, pois ambos estão no mesmo "campo político".
Já ao ser questionada sobre o cenário após a desistência de João Doria (PSDB-SP), que anunciou hoje a retirada de seu nome da corrida presidencial, Hoffmann se mostrou cautelosa quanto a possibilidade de uma aliança, e ressaltou que a fala do secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, sobre o partido buscar o apoio do tucano, foi feita de forma individual, sem passar antes por uma análise do próprio PT.
Possibilidade de vencer no 1º turno
Lula e Geraldo Alckmin se reuniram hoje em São Paulo com lideranças dos partidos que compõem a coligação "Vamos Juntos Pelo Brasil", formado por PSB, PV, PCdoB, PSOL, Rede e Solidariedade. Na pauta, com base em pesquisas eleitorais, o grupo avalia a possibilidade de expansão da aliança, com o objetivo de vencer a disputa no primeiro turno.
O diagnóstico é que ainda é possível vencer no primeiro turno, porém a margem é muito apertada. Com base em pesquisas internas e externas de nove institutos, o grupo chegou a três pontos:
- Estabilidade inédita de Lula na faixa dos 40% a 42%;
- Consolidação dos votos em dois candidatos (Lula e o presidente Jair Bolsonaro);
- Tendência de consolidação da eleição no primeiro turno.
De acordo com o agregador de pesquisas UOL, a diferença atual entre os dois é de 12 pontos percentuais.
Conversas com Avante, Pros, PSD e outros nomes
No encontro, os presidentes partidários se mostraram empolgados com a possível vitória, mas disseram que ainda é preciso se movimentar.
"Minha função é ampliar aliança, tentar fazer com que a gente fale com outras pessoas que não estão ainda nesta aliança. Continuar trabalhando nestes dois meses que faltam para a gente fazer essas convenções", afirmou o deputado Paulinho da Força (SD-SP).
Entre as possíveis alianças, Gleisi citou conversas com Avante, Pros, que já compôs chapa com o PT, e ainda quer outros nomes.
"Temos conversado muito com PSD, com o [ex-ministro Gilberto] Kassab diretamente, e para fechar alianças nos estados. Não sei se conseguimos no primeiro turno diretamente", afirmou a presidente petista, que também citou conversas com lideranças do MDB no Nordeste.
Agora à tarde, já sem a presença dos pré-candidatos, deverá ocorrer uma reunião mais técnica, de trabalho, para debater as áreas de comunicação, mobilização, agenda, finanças e plano de governo. Também deverão ser definidos os coordenadores de cada núcleo.
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