Mais de 90% do MDB apoia candidatura de Tebet, diz presidente da sigla
O presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, afirmou hoje que a "esmagadora maioria" do partido apoia a senador a Simone Tebet (MS) como pré-candidata da legenda à Presidência da República. Os líderes da sigla se reuniram hoje à tarde, em Brasília, com a participação de dezenas de correligionários por videoconferência. Segundo ele, mais de 90% da legenda defende o nome da parlamentar.
Em entrevista após a reunião, Baleia foi perguntado se é garantido que o nome de Tebet será levado até o fim e aparecerá nas urnas em outubro. Em resposta, afirmou que sim, porque o partido fechou um quase consenso nesse sentido. "Nós garantimos [que Tebet sairá candidata]", afirmou Baleia.
A decisão foi tomada um dia após o ex-governador de São Paulo, João Doria, anunciar sua desistência como candidato da chamada terceira via, uma alternativa às campanhas de Lula e Bolsonaro. O PSDB, no entanto, está dividido: uma ala do partido quer unir-se ao MDB e ao Cidadania, que devem lançar Tebet, enquanto outra quer que os tucanos tenham uma candidatura própria.
Baleia ressaltou a experiência administrativa de Tebet, que já foi prefeita de Três Lagoas (MS) por dois mandatos, e afirma que a senadora "tem todas as condições de liderar esse movimento de apresentar uma alternativa a essa polarização que vemos no país".
Vários líderes regionais do MDB, que não foram a Brasília, manifestaram apoio à candidatura de Tebet por meio de vídeos ou áudios enviados à direção do partido. Outros, como o ex-senador Romero Jucá, defenderam que a sigla deve ter candidatura própria, mas não deu apoio específico à parlamentar.
"Eu considero muito importante que o MDB possa ter candidatura própria. O MDB precisa ter a condição de colocar para a sociedade brasileira o que pensa e o que defende na economia, na política e nos programas sociais. Nós temos uma história, e essa história precisa ser mostrada", disse Jucá.
Terceira via
Os diálogos do MDB com outros partidos de centro, em busca de uma candidatura de terceira via, se intensificaram em abril. De início, as negociações reuniam MDB, PSDB, Cidadania e também o União Brasil, partido nascido no início do ano pela fusão entre DEM e o PSL, sigla que elegeu Bolsonaro em 2018.
No início de maio, porém, o União abandonou a terceira via e anunciou que buscaria uma chapa pura (candidato e vice do próprio partido), a princípio encabeçada pelo presidente da legenda, Luciano Bivar. O político, que cedeu o antigo PSL para a campanha vitoriosa de Bolsonaro em 2018, não está sequer entre os 10 candidatos com mais intenção de voto, segundo o agregador de pesquisas do UOL.
Apesar do desempenho de Bivar nas pesquisas, o União não manifestou até o momento a intenção de trocar a candidatura dele pela de Sergio Moro, que era dado como presidenciável até o final de março, pelo Podemos, e disputava o terceiro lugar nas pesquisas com Ciro Gomes, do PDT. Pelo União Brasil, contudo, Moro deve concorrer ao Senado, por São Paulo.
Parte dos líderes das siglas ainda tenta costurar uma aliança ampla para se contrapor aos nomes de Lula e Bolsonaro. Ontem, após a desistência de Doria, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, defendeu uma "aglutinação" que inclua não apenas o União, que ainda mantém a candidatura de Bivar, mas até do PDT que hoje organiza a campanha de Ciro Gomes.
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