Bolsonaro se reúne com alvos da PF para ajudar pagar campanha, diz jornal
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com empresários, políticos, ruralistas e lobistas durante almoço para a arrecadação de fundos para ajudar a pagar a sua campanha à reeleição. Na lista haviam investigados pelas operações Sanguessuga e Desolata, da Polícia Federal, segundo informação publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
O ex-senador Cidinho Santos (União Brasil) foi um dos organizadores do evento, que aconteceu no fim de semana na Península dos Ministros, região nobre de Brasília.
De acordo com a publicação, o convite foi distribuído em um grupo de WhatsApp. Na mensagem, organizadores disseram que o ato seria o "primeiro" de uma série voltada a ruralistas para "pagar os custos da campanha do presidente". Também destacaram que o evento seria "discreto", "sem divulgação de mídia" e com "pessoas de confiança".
"O objetivo é que esse grupo se espalhe para os 27 Estados para ajudar na campanha", dizia a mensagem, ao qual o jornal teve acesso.
Em 2019, Cidinho Santos foi um dos alvos da quarta fase da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal. A operação apurava o pagamento de R$ 19 milhões em propina a auditores fiscais agropecuários federais em vários estados.
Na ocasião, o ex-senador se defendeu dizendo não ter praticado qualquer irregularidade e que não era necessária uma ordem judicial para que os documentos solicitados pelos investigadores fossem entregues.
No encontro bolsonarista, Cidinho disse ter procurado "Fernandão" para ajudá-lo, porque ele tinha uma "casa boa". A referência, diz o Estadão, era a Fernando de Castro Marques, dono do laboratório União Química, que fez lobby para emplacar a vacina russa Sputnik contra a covid-19. A vacina, no entanto, foi barrada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Participaram ainda do evento: o presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (Progressistas-MS), pré-candidata ao Senado, e o titular da Secretaria de Governo, Célio Faria Júnior, entre outros.
Ao jornal, Cidinho disse que desconhecia o convite que falava sobre a arrecadação para campanha de Bolsonaro.
"Fizemos um almoço lá para a ministra Tereza, em homenagem a ela. Não teve esse objetivo de arrecadar nada, não. O presidente não estava nem previsto para estar lá", disse ele, embora a presença de Bolsonaro estivesse confirmada. "Tivemos um momento especial reunindo empreendedores de todo o País em apoio ao presidente Bolsonaro", acrescentou o ex-senador no Instagram.
O UOL procurou a Presidência da República e aguarda o retorno.
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