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PF se reúne com partidos amanhã para discutir segurança de presidenciáveis

Sede da Polícia Federal, em Brasília - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Sede da Polícia Federal, em Brasília Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Paulo Roberto Netto

do UOL, em Brasília

30/05/2022 16h43Atualizada em 30/05/2022 18h17

A PF (Polícia Federal) se reúne nesta terça-feira (31) com representantes de partidos políticos para apresentar um plano de segurança para os candidatos à presidência da República. O encontro será na sede da corporação, em Brasília.

A ideia da PF é antecipar o planejamento de ações em razão do risco de eventual polarização nas eleições e do curto prazo entre a oficialização das candidaturas (5 de agosto) e o início da campanha (16 de agosto).

Há a estimativa de que serão deslocados cerca de 30 agentes para cada candidato, número que pode ser reduzido de acordo com o risco avaliado pela corporação.

Em nota, a PF diz que o objetivo do encontro de amanhã é realizar um "alinhamento estratégico" com as legendas e apresentar o planejamento conduzido na Operação Policial de Proteção aos Presidenciáveis, instaurada no início deste ano.

Hoje, são pré-candidatos à Presidência:

  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
  • Jair Bolsonaro (PL)
  • Ciro Gomes (PDT)
  • Simone Tebet (MDB)
  • André Janones (Avante)
  • Pablo Marçal (PROS)
  • Vera Lúcia (PSTU)
  • Luciano Bivar (União Brasil)
  • Eymael (DC)
  • Felipe D'Avila (Novo)
  • Leonardo Péricles (UP)
  • Sofia Manzano (PCB)

Embora seja candidato à reeleição, Bolsonaro conta com esquema de segurança montado pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), inclusive durante a campanha.

A preocupação com a segurança dos candidatos neste ano é reflexo de diversos episódios que marcaram a campanha de 2018, o mais emblemático sendo o atentado ao então candidato Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG).

Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio Bispo e correu risco de morte. Inquérito da PF concluiu que Adélio agiu sozinho em um crime sem mandantes e foi considerado inimputável, ou seja, incapaz de responder pelos próprios atos, por sofrer de distúrbios mentais. A pena foi revertida em internação por tempo indeterminado para tratamento psiquiátrico.

Ainda em 2018, dois ônibus de uma caravana do ex-presidente Lula foram atingidos por entre Quedas do Iguaçu (PR) e Laranjeiras do Sul (PR). No ano passado, um inquérito do episódio conduzido pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná) foi inconclusivo.

Fora da campanha, o ano também foi marcado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes. O crime até hoje não foi completamente solucionado.

Uma pesquisa recente, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, mostrou que casos de violência contra políticos aumentaram 48,7% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao último trimestre de 2021. Foram registrados 113 casos de violência.

Entre todas as formas de violência, os homicídios foram contabilizados 21 vezes, sendo 6 deles apenas na Bahia, estado com maior número de assassinatos. O PT foi o partido mais atingido por episódios violentos, com 10 casos. Outros 22 partidos também foram vítimas. O levantamento da Universidade é feito desde janeiro de 2019. Desde então, foram registrados 1.108 casos de violência política.