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Agora, vai? Novamente pré-candidato, Datena já desistiu 3 vezes de eleições

Líder nas pesquisas para uma vaga ao Senado por SP, Datena já escolheu ficar na TV antes - Reprodução
Líder nas pesquisas para uma vaga ao Senado por SP, Datena já escolheu ficar na TV antes Imagem: Reprodução

Gabriel Dias

Colaboração para o UOL

31/05/2022 04h00

Não é de hoje que o apresentador José Luiz Datena tenta se aventurar no mundo da política. Nas três últimas eleições, o jornalista se predispôs a concorrer a cargos de senador, prefeito e vice-prefeito, mas acabou desistindo das candidaturas. Agora, é pré-candidato ao Senado por São Paulo e, segundo pesquisas mais recentes, lidera a disputa no estado.

Em julho do ano passado, Datena se filiou ao PSL, quando chegou a se especular que ele fosse se candidatar à Presidência, o que ele posteriormente negou. Em novembro, deixou a sigla e entrou no PSD, com a intenção de se tornar senador.

Em abril deste ano, se filiou ao PSC e "colocou seu nome à disposição" do partido para concorrer ao Senado por São Paulo. Essa é a terceira legenda a que Datena se filia em menos de um ano.

Vice-prefeito de São Paulo (2020)

Em 2020, o apresentador planejou concorrer a prefeito de São Paulo pelo MDB ou ser vice na campanha de Bruno Covas (PSDB). Na época, desistiu da candidatura após um pedido da Rede Bandeirantes.

"Eu resolvi fazer o que a Band me pediu para fazer com maior prazer e carinho depois de quase 30 anos de casa, depois dessa última passagem de 20 anos, desde a equipe do Luciano do Valle. E eu tinha que escolher entre os políticos e o Jhonny Saad e a família Saad e a casa e eu escolhi a casa. Eu preferi a história da Bandeirantes", afirmou.

Apesar da decisão de permanecer na TV, Datena deu a entender que iria se dedicar à carreira política nas próximas eleições.

"Mas eu fiquei muito chateado, pois gostaria de entrar na política, na próxima eu vou mesmo e vou sair da Bandeirantes e vou para a política, mas aí vou ter que deixar a televisão", disse.

Senado Federal (2018)

Datena chegou a lançar sua pré-candidatura ao Senado Federal pelo DEM, em 2018. O apresentador tinha até o dia 6 de julho para sair da TV e participar das eleições, mas então anunciou a desistência de participar do pleito.

"Deixa eu falar uma coisa aqui. É claro que aparecendo na televisão como estou aparecendo agora fica eliminada qualquer possibilidade de eu ser candidato a qualquer cargo eletivo na República Federativa do Brasil. Como eu deveria ser candidato ao Senado brasileiro, é claro que tomar decisão é uma coisa muito difícil porque é extremamente solitário porque você ouve muita gente, mas quem decide é você", declarou na época.

O apresentador contou que foi aconselhado por três colegas a desistir da candidatura: Ricardo Boechat, âncora do "Jornal da Band", José Emilio Ambrósio, diretor artístico, e Fernando Mitre, diretor nacional de jornalismo da emissora.

Além disso, houve a pressão dos filhos e da mulher para abandonar a ideia de entrar na política: "Minha mulher, Matilde, ficou desesperada pra caramba".

Prefeito de São Paulo (2016)

Pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PP nas eleições municipais de 2016, o jornalista da Rede Bandeirantes desistiu da disputa após denúncias contra o seu partido.

"Não posso permanecer em um partido que tomou mais de R$ 300 milhões da Petrobras", alegou.

Na época, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot havia afirmado que o esquema de corrupção sustentado pelo PP na Petrobras, que tinha como principais operadores o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, desviou R$ 357,9 milhões dos cofres da estatal, entre 2006 e 2014 —161 atos de corrupção em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais.

"Desisti por causa das novas denúncias de corrupção ligando o partido a que me filiei com o objetivo específico de me candidatar. Lembrei do que meus pais diziam: 'Dizem com quem andas e te direi quem és", comentou o apresentador.

Outro motivo mencionado por Datena para a desistência naquele ano foi uma provável realização de eleições prévias dentro do partido para definir o nome do candidato a prefeito.

O jornalista teria de disputar a indicação com o ex-prefeito da capital Paulo Maluf.

"Jamais disputaria uma prévia eleitoral com [Paulo] Maluf. Preferia uma disputa com o Marcola [um dos líderes do PCC]", afirmou.