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PT e PSB definem prazo de duas semanas para resolver entraves nos estados

8.abr.2022 - O presidente do PSB, Carlos Siqueira, o ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSB), o ex-presidente Lula e a presidente do PT e deputada, Gleisi Hoffmann - Werther Santana/Estadão Conteúdo
8.abr.2022 - O presidente do PSB, Carlos Siqueira, o ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSB), o ex-presidente Lula e a presidente do PT e deputada, Gleisi Hoffmann Imagem: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Lucas Borges Teixeira

Do UOL em São Paulo

31/05/2022 13h42

A aliança entre PT e PSB estabeleceu hoje a data de 15 de junho, em duas semanas, para resolver os entraves eleitorais entre os dois partidos nos estados. Atualmente, os partidos que compõem a chapa nacional de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) têm pré-candidaturas concorrentes em estados-chaves como São Paulo e Rio Grande do Sul.

A data foi fixada em reunião dos presidenciáveis com os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do PSB, Carlos Siqueira. O objetivo do acordo é evitar que ambos compitam e dividam votos.

O encontro se deu um dia depois que a pré-campanha de Lula desistiu de uma viagem de marcada para Santa Catarina no final da semana em meio a um entrave com o PSB no estado, com as candidaturas do ex-deputado Décio Lima (PT) e do senador Dario Berger (PSB).

"Temos que fechar [a aliança] em relação aos estados e isso precisa ser de forma sistêmica e integrada. Não tem como resolver um estado e não o outro. O que queremos é estar juntos em todos os estados", afirmou Gleisi, após a reunião na Fundação Perseu Abramo, do PT, em São Paulo.

A avaliação é que as eleições estaduais reproduzem a polarização nacional entre Lula e Jair Bolsonaro (PL) e ter duas candidaturas à esquerda, de oposição ao atual presidente, enfraqueceria ambas.

"A tendência é que a polarização também esteja nos estados, então não há justificativa para que o PSB e PT, saiam com composição diferente nos estados", declarou a presidente. "Nosso esforço é para isso."

Segundo os presidentes das siglas, essa articulação será uma incumbência dos dois, sem envolvimento direto dos pré-candidatos.

Os dois partidos têm entraves em pelo menos quatro estados. São Paulo, maior colégio eleitoral do país, tem o ex-ministro Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) como os mais bem colocados nas pesquisas.
Apesar de os diretórios afirmar que o debate cabe aos presidentes, o próprio Lula tem se empenhado em resolver esta questão.

Onde estão os principais impasses

Além de Santa Catarina, o Rio Grande do Sul, para onde a campanha viaja amanhã (1º) também oferece fissura com as pré-candidaturas do ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) e do deputado estadual Edegar Pretto (PT-RS). Nenhum dos dois se diz propenso a abrir mão.

No Espírito Santo, o PT filiou e lançou o senador Fabiano Contarato (PT-ES) para concorrer contra o governador Renato Casagrande (PSB), que busca a reeleição.

Já no Rio de Janeiro o problema é a vaga para o Senado. Os petistas apoiam a candidatura do deputado Marcelo Freixo (PSB) ao governo estadual e têm o André Ceciliano (PT-RJ) como postulante. O PSB, por sua vez, segue com o nome do deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) para a mesma vaga.

Não haverá um critério único e objetivo para definir as chapas, tudo deverá ser resolvido na base da conversa e da política, disseram os presidentes. Pesquisas eleitorais, uma das ideias mais defendidas entre os pré-candidatos estaduais, já foram descartadas pelo presidente do PSB.

"A política é que tem de ter a precedência sobre tudo. Eu pessoalmente nunca defendi a ideia de pesquisa. O que é importante politicamente é fortalecer a nossa união", afirmou Siqueira. "Achamos que o PT vai ser um pouco generoso e compreender o papel do PSB."