'Todos têm o direito de questionar o sistema eleitoral', diz Ratinho Jr.
Pré-candidato à reeleição no governo do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) disse, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, que todo cidadão tem o direito de questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas, como faz recorrentemente o presidente Jair Bolsonaro (PL), sempre sem provas.
Apesar de defender a possibilidade de manifestações contrárias ao sistema eleitoral, o governador diz que confia no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
"Eu confesso que não [não desconfio das urnas eletrônicas], acredito no trabalho do TSE, na Justiça Eleitoral. Acredito que a urna eletrônica é uma boa ferramenta de apuração de voto, mas também entendo que existe hoje no mundo soluções tecnológicas que podem colaborar para que esse momento importante da democracia passe a ser cada vez mais transparente."
Ecoando a narrativa do presidente e de outros bolsonaristas, disse que "cabe ao TSE, à Justiça Eleitoral, buscar provar que [esse sistema] é o mais confiável".
O governador também diz que as instituições democráticas do Brasil são consolidadas e não há risco de golpe de Estado. "Acredito que o Brasil é um país que tem suas instituições de forma consolidada e sólidas, independentemente do ponto de vista de um ou outro político. A consolidação dessas instituições hoje é muito maior do que qualquer opinião política, é natural, vejo de forma normal, um ator político, seja ele qual for, fazer qualquer tipo de questionamento sobre a urna eletrônica", afirmou.
Ele disse ter "gratidão" pelo investimento feito pelo governo federal no estado, por isso deve apoiar Bolsonaro. Também considerou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve "acertos e erros".
"O ministro Tarcísio [Gomes de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura], com aval do presidente Bolsonaro, tem colaborado com o estado. Então, tenho gratidão pelo governo federal e pelo presidente da República por entender esse projeto que apresentamos."
Porém, Ratinho diz que vai aguardar posicionamento do PSD. "Primeiro que eu tenho que esperar posicionamento do meu partido, mesmo sabendo que o partido tem tido dificuldade em candidatura própria. Em respeito ao PSD nacional, eu não posso queimar etapas. Não havendo uma candidatura, que acredito que não vá acontecer, deixando todos os estados liberados, automaticamente temos alinhamento com o presidente Bolsonaro."
O PL recuou por enquanto de lançar o deputado federal Filipe Barros na disputa pelo governo, em busca desse apoio de Ratinho Jr., que lidera as pesquisas eleitorais no momento.
Entretanto, ele se distanciou de posicionamentos de Bolsonaro durante a pandemia, como as críticas às vacinas e ao uso de máscaras.
"Nós conseguimos trabalhar essa relação de preservar a vida com a economia, tanto é que batemos recordes de geração de emprego no ano passado, em plena pandemia. Eu sempre cuidei muito e deleguei para o secretário que as decisões fossem tomadas em cima da ciência, essa é uma demonstração clara de que a gente tem pensamentos diferentes."
Sobre Lula, líder das pesquisas, ele considerou que sua "persistência" para chegar à Presidência foi um acerto, enquanto errou quando "tentou perpetuar o PT no poder". "É um ex-presidente da República, gostem ou não dele. Teve muitos acertos, teve muitos erros e é um personagem importante da democracia. Tem um peso, mas terá muito que se explicar", afirmou.
Ainda elogiou o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, a quem chamou de "pessoa do bem e corajosa", mas evitou comentar sobre a mudança domiciliar de Moro para São Paulo, após ter feito toda sua vida pública no Paraná. Sobre isso, disse apenas que Moro que teria de responder, mas que vê como uma avaliação política.
"A Operação Lava Jato expôs as vísceras da corrupção no Brasil. Claro que pode ter tido excesso, não sou a melhor pessoa para fazer essa análise, mas acredito que teve excesso por parte de um ou outro promotor. Coisas erradas aconteciam. Ela expôs essas vísceras para a população."
As entrevistas com os pré-candidatos no Paraná acontecem até o dia 3 de junho, sempre ao vivo, com uma hora de duração e com transmissão pela internet nos sites e perfis nas redes sociais do UOL e da Folha. Os entrevistadores foram os colunistas do UOL Kennedy Alencar e Alberto Bombig e a repórter da Folha Ana Luiza Albuquerque.
Se houver segundo turno, as sabatinas serão realizadas na semana de 17 a 21 de outubro.
Calendário das sabatinas no Paraná
- 03/06 - 10h - Roberto Requião (PT)
Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul.
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