Fachin diz que 'engenheiros do caos' querem ameaçar as eleições
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Edson Fachin, afirmou que o Brasil possui "engenheiros do caos" que desejam ameaçar as eleições agendadas para outubro e utilizam fake news para questionar a segurança do processo eleitoral no país, feito por urnas eletrônicas.
"Com pesar, vemos que no Brasil temos engenheiros do caos, que semeiam ameaças de quebra da institucionalidade", falou hoje em um congresso. O discurso de Fachin não citou nomes, mas pode ser endereçado ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.
Ontem à noite, o chefe do Executivo tornou a questionar o sistema eleitoral brasileiro e novamente criticou a instituição. "O TSE está tendo medidas arbitrárias, contra o Estado democrático. Atacam a democracia e não querem transparência no sistema eleitoral", acusou ao falar sobre a decisão de ontem do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender a cassação ordenada pelo TSE ao deputado bolsonarista Fernando Francischini por fake news sobre as eleições.
"As narrativas falsas potencializam esse cenário, relacionado à nostalgia de passado autoritário, e proliferarem argumentos frágeis, vagos e cambiantes, disparados, estrategicamente, com a finalidade de justificar o injustificável: a recusa da democracia feito pelo julgamento efetivado nas urnas", discursou o presidente do TSE hoje.
"Com todo respeito, é um retrocesso que vitima os avanços e conquista da estabilidade do processo eleitoral", afirmou sobre discursos contra as urnas eletrônicas.
Fachin disse que "a ninguém é dado ignorar a lei, muito menos a quem propositadamente ataca a Justiça Eleitoral" de "disseminar informações incorretas sobre o processo eleitoral e auditoria".
Além disso, o ministro reforçou que os eleitos este ano serão empossados e encerrou o pronunciamento pedindo paz e segurança nas urnas: "Almejo que a única arma a servir de instrumento para o bem do Brasil seja o voto".
Urnas eletrônicas
Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.
Em outubro, o TCU (Tribunal de Contas da União) emitiu um relatório técnico reforçando que as urnas são seguras e auditáveis, e que a impressão do voto traria riscos e exigiria recursos que não estão disponíveis atualmente na Justiça Eleitoral.
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