Topo

Brasil vai 'amanhecer em guerra' se Lula for eleito, diz Ciro Gomes

Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, em entrevista ao podcast Flow - Reprodução/Youtube Flow
Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, em entrevista ao podcast Flow Imagem: Reprodução/Youtube Flow

Do UOL, em São Paulo

07/06/2022 10h02Atualizada em 07/06/2022 15h38

O pré-candidato do PDT para a presidência da República Ciro Gomes afirmou ontem, em entrevista ao podcast Flow, que o Brasil irá "amanhecer em guerra" se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sair vitorioso das eleições presidenciais este ano.

Ciro criticava a falta de possibilidade de "pacificação do país" a partir de Lula e Jair Bolsonaro (PL), os dois melhores posicionados nas pesquisas eleitorais até o momento, e completou a frase do apresentador ao questionar como seria o dia seguinte ao pleito.

Você acha que se o Lula for eleito o país vai amanhecer mais ou menos pacificado? [Vai amanhecer...] em guerra. Você acha que o Lula tem condições de oferecer uma agenda de enfrentamento à corrupção? Ele não tem condição nem de falar no assunto.
Ciro Gomes, em entrevista ao podcast Flow

Em terceiro lugar nas últimas pesquisas, Ciro Gomes registrou 9% das intenções de voto nas mais recentes pesquisas Ipespe e FSB. No Datafolha do fim de maio, o ex-governador do Ceará obteve 7% na pesquisa estimulada — quando o entrevistado recebe uma lista com o nome dos pré-candidatos.

Enquanto isso, Lula teve 45% das intenções de voto na pesquisa estimulada da última Ipespe, enquanto Bolsonaro, que busca a reeleição, apareceu com 34%. Na pesquisa FSB, o petista registrou 46% das intenções de voto, e o atual presidente 32%. No Datafolha, Lula obteve 48% e Bolsonaro, 27%.

O UOL procurou a assessoria de imprensa de Lula para comentar as declarações de Ciro e aguarda retorno.

"Todo mundo me humilha"

Na entrevista, Ciro disse ser "humilhado" por declarações que afirmam que ele não tem chances de vencer as eleições, mas reafirmou que não pretende desistir de concorrer neste ano.

Fui candidato já três vezes. Se eu não tivesse muito amor ao Brasil, colocava minha viola no saco e ia cuidar da minha vida. Mas estou aqui agarrado, feliz da vida. Todo mundo me humilha: 'Ah, não tem chance'. Deixa o povo votar.

O pré-candidato também explicou que sua estratégia é conquistar o eleitorado que prefere não votar nem em Lula, nem em Bolsonaro. Segundo ele, há uma "omissão ativa" da população em não buscar opções aos dois melhores colocados.

"Imagina meu sentimento pessoal? 64 anos de idade, 40 dedicado a isso. Não tenho nada, empresa, coisa nenhuma, só dedicado a isso. Acordo de madrugada, durmo tarde, faço pelos cotovelos, ouço as agressões mais insultuosas, tipo lá o Duvivier, o cara vai lá no programa com maior leviandade...", disse, mencionando um debate com o ator Gregório Duvivier que rendeu um atrito entre ambos.

O resultado da pesquisa espontânea da última análise do Ipespe, feita sem mencionar o nome dos pré-candidatos, aponta que 16% não souberam responder em quem votariam, enquanto 8% apontaram voto branco ou nulo.

No entanto, ao se apresentar os nomes disponíveis para a disputa, essa margem cai: na estimulada, 5% disseram que não iriam votar ou iria optar pelo branco ou nulo; outros 2% não souberam responder qual candidato escolheriam.