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Miguel Coelho critica campanha por pesquisa e sinaliza apoio do PSDB em PE

Colaboração para o UOL

08/06/2022 10h23Atualizada em 08/06/2022 11h22

O pré-candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil, Miguel Coelho, disse, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, que não faz campanha apenas por pesquisas de intenção de voto e defendeu o nome de seu partido, o deputado federal Luciano Bivar, para a Presidência. Ele ainda criticou o atual governador Paulo Câmara (PSB) e deu sinais de uma possível aliança nacional com o PSDB.

"Aqui em Pernambuco não estamos indo contra A ou B, estamos fazendo campanha do nosso candidato, Luciano Bivar, que não tem nem 15 dias que foi oficializada a pré-candidatura. É natural que possa estar se consolidando, visitando os estados e fazendo o trabalho de pré-campanha. Acredito que, muito em breve, estará se refletindo nas pesquisas eleitorais", afirmou, sem se posicionar a favor da chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou da reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

"Não podemos fazer política baseada em pesquisas. Se fosse por isso, eu não tinha virado prefeito [de Petrolina], o atual governador não tinha ganhado eleições, nem Bolsonaro era presidente. Eleição se ganha por voto, não por pesquisa."

Questionado sobre o declínio no apoio da sigla no estado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Coelho minimizou o fato e diz que, enquanto prefeito de Petrolina, apenas se alinhou ao governo federal de forma administrativa.

"Enquanto prefeito de Petrolina, era minha obrigação e dever fazer todas as parcerias possíveis com o governo federal para poder honrar voto que recebi dos meus irmão e irmãs de Petrolina para transformar a cidade. É assim, enquanto governador, que vamos nos portar junto com o próximo presidente da República, seja ele Lula, Bivar ou Bolsonaro", afirmou.

"O povo de Pernambuco não está nem aí se o presidente é de um lado ou de outro. Faço política por pragmatismo, transparência e coesão. Foi uma aliança administrativa", disse Miguel Coelho, filho do senador Fernando Bezerra Coelho, que foi líder do governo Bolsonaro no Senado.

Ele detalhou as negociações para uma possível união com PSDB no estado, partido com o qual também tenta se aliar por uma terceira via presidencial. "Defendo política da união e convergência de ideias, respeitando as divergências. Se Raquel Lyra entender que pode vir a agregar com seu grupo político, sendo senadora ou indicando vice, a nossa porta está aberta, não só para o grupo de Raquel, mas para todos que querem apoiar", afirmou.

Mas ele expôs a força de seu partido, que detém a maior fatia do Fundo Eleitoral, para manter seu nome na disputa. "Temos apoio de mais de 32 prefeitos, 45 ex-prefeitos, chapas proporcionais competitivas, apoio do Podemos, PSC, muito em breve devemos fechar apoio de mais de dois partidos. Então, política também vai pelo viés objetivo, prático", disse.

O União Brasil já fez muitos gestos para o PSDB. A gente também aguarda um gesto de reciprocidade do PSDB para com o União Brasil. [...] 'Pau que dá em Chico, dá em Francisco', como diz um ditado popular aqui no Nordeste."
Miguel Coelho, pré-candidato ao governo de PE pelo União Brasil

O governo de Paulo Câmara foi seu principal alvo de críticas, dizendo que o governador demonstrou "falta de iniciativa, de capacidade resolutiva e prioridade". "É um governo omisso, que nos últimos anos gastou mais de R$ 550 milhões em propagandas, e menos de R$ 130 milhões em habitação."

Atacou também a atual política de segurança pública, chamada de Pacto pela Vida. "O Pacto pela Vida está falido, acabou, só existe na propaganda e em Excel. Precisamos de uma política de valorização, não só salarial, mas também, porque motiva a tropa."

Para ele, o PSB está "esfacelado". "O PSB de Pernambuco se acabou junto com a morte de Eduardo [Campos, em 2014, em um acidente aéreo]. Ali Pernambuco perdeu um de seus maiores líderes que Pernambuco já teve, senão o maior. A bem verdade é que Pernambuco está órfão de liderança desde então. A gente vê um PSB esfacelado e todas essas defecções mostram isso. Você vê um PSB sem rumo, liderança, iniciativa, ação."

O que diz a pesquisa mais recente

Levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em maio aponta a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) à frente na corrida eleitoral para o governo de Pernambuco, com 28,8% das intenções de voto em um dos cenários na pesquisa estimulada — quando é apresentada a lista de nomes dos pré-candidatos.

A ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) aparece na sequência, com 16%, seguida pelo ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil), com 13,6%, e pelo ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PL), com 12,1%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, esses três pré-candidatos empatam tecnicamente.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) tem 7,1%, empatando tecnicamente com Ferreira. O advogado João Arnaldo (PSOL) aparece com 1,3%, e o historiador Jones Manoel (PCB), com 0,7%, também tecnicamente empatados.

Brancos, nulos e aqueles que disseram que não irão votar em nenhum dos candidatos somam 13,5%, e aqueles que não souberam ou não responderam, 7%.

Calendário das sabatinas em Pernambuco

  • 08/06 - 16h - Danilo Cabral (PSB)
  • 09/06 - 10h - Raquel Lyra (PSDB)
  • 09/06 - 16h - Jones Manoel (PCB)
  • 10/06 - 10h - Anderson Ferreira (PL)
  • 10/06 - 16h - João Arnaldo (PSOL)