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Quaest: para 28%, chance de voto em Bolsonaro diminui quando ele ataca urna

O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia - Pedro Ladeira - 31.mar.22/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia Imagem: Pedro Ladeira - 31.mar.22/Folhapress

Do UOL, em São Paulo*

08/06/2022 13h18Atualizada em 08/06/2022 13h37

Pesquisa da Quaest Consultoria contratada pela Genial Investimentos e divulgada hoje mostra que para 28% dos eleitores as chances de votos em Jair Bolsonaro (PL) diminuem quando ele ataca as urnas eletrônicas.

Ontem, Bolsonaro voltou a questionar o sistema eletrônico de votação e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), além de levantar suspeitas infundadas sobre os resultados de eleições anteriores. Nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras desde a adoção da urna eletrônica.

Já para 55% dos eleitores, os ataques do presidente ao sistema de votação eletrônico não afetam as chances de votos nele. Enquanto para 13%, as investidas do presidente aumentam a probabilidade de voto no mandatário.

Outros 4% dos eleitores não sabem ou não responderam se os ataques aumentam ou diminuem a probabilidade de voto em Bolsonaro.

Presidente sobe o tom novamente

Durante evento na tarde de ontem, Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrônicas e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), declarando que ele, que é "chefe das Forças Armadas", e a instituição "não serão feitos de idiota". No discurso, Bolsonaro reciclou uma série de boatos já desmentidos.

"Que justiça é essa? Onde está o nosso TSE quando convida as Forças Armadas, via portaria, assinada pelo ministro Barroso, a participar de uma comissão de transparência eleitoral. As Forças Armadas descobrem centenas de vulnerabilidades, apresentam 9 sugestões, não gostaram. Eleição é coisa para forças desarmadas. Convidaram eles para que, ora bola? Para fazer papel de quê? Eu que sou chefe das Forças Armadas. Nós não vamos fazer o papel de idiotas. Eu tenho a obrigação de agir", disse o presidente.

Em fevereiro, o TSE informou que enviou às Forças Armadas um documento de cerca de 700 páginas com respostas sobre o sistema de votação eletrônico. A Corte eleitoral não divulgou o conteúdo do documento a pedido da instituição. As perguntas, que foram apresentadas ao TSE em meados de dezembro pela instituição, têm natureza técnica, com diversos graus de complexidade, segundo o Tribunal.

Pesquisa eleitoral

A pesquisa da Quaest Consultoria também mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto para a Presidência e venceria a eleição no primeiro turno. O petista aparece com 46% na pesquisa estimulada — quando o entrevistado recebe uma lista prévia com os nomes dos presidenciáveis.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está em segundo lugar, com 30%; Ciro Gomes (PDT) é o terceiro, com 7%. Considerando apenas votos válidos — são descartados indecisos, brancos e nulos — Lula aparece com 52,87% das intenções de voto.

André Janones (Avante) soma 2%, enquanto Simone Tebet (MDB) e Pablo Marçal (Pros) têm 1% cada. Os demais aparecem com 0%. Esses pré-candidatos empatam na margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento ouviu 2.000 pessoas de 27 estados, face a face, entre os dias 2 e 5 de junho. O índice de confiança, segundo o instituto, é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-03552/2022 e teve o custo de R$ 268.742,48.

*Com Mariana Durães, do UOL, em São Paulo