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Vice do União Brasil em SP defende que Moro dispute a Câmara pelo Paraná

Sergio Moro é aconselhado a disputar eleições pelo Paraná - REUTERS/ADRIANO MACHADO
Sergio Moro é aconselhado a disputar eleições pelo Paraná Imagem: REUTERS/ADRIANO MACHADO

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

08/06/2022 20h41

Aliado de Sergio Moro, o vice-presidente do diretório paulista do União Brasil, deputado federal Junior Bozella, defendeu que o ex-juiz "recalcule a rota" e agora dispute uma vaga na Câmara pelo Paraná.

A cogitação da pré-candidatura do ex-magistrado pelo Paraná, estado onde nasceu e fez carreira na magistratura, surge após o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) não reconhecer o vínculo dele com São Paulo para poder comprovar o domicílio eleitoral. Assim, Moro não poderá se candidatar a uma vaga nas eleições deste ano pelo estado paulista.

Para Bozella, Moro agora "tem que acatar a decisão e recalcular a rota". Para ele, será mais vantajoso ao União Brasil que o ex-juiz dispute uma vaga na Câmara dos Deputados. O parlamentar, inclusive, sugere que o ex-juiz possa assumir a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), caso a legenda consiga eleger a maior bancada nas eleições de 2022.

"Se parar para analisar do ponto de vista do partido, a eleição para a Câmara pode ser algo mais interessante. Você ganha mais deputados federais, acumula mais tempo de televisão, mais recursos financeiros. Para o partido é sempre bem-vinda uma candidatura a Câmara. Se o União for a maior bancada de deputados em 2023, vai ter também as melhores pedidas. Vai poder ter a Comissão de Constituição e Justiça etc. O Moro pode ser uma figura que ajuda o partido a se colocar nessa posição dentro do Parlamento a partir do ano que vem", comentou Bozella, em entrevista à Veja.

Na visão da liderança do União Brasil, Moro ainda teria que ampliar o círculo de aliados para se lançar ao Senado pelo Paraná, o que "nesse momento" se apresenta com "fragilidade".

"Nesse momento a gente sabe que há uma fragilidade com relação ao Moro em direção ao sistema político, que não quer a figura do Moro por tudo aquilo que ele representa. Então, ele não deveria ter que se correlacionar, ter que se submeter a determinadas negociatas, tanto para conquistar a legenda quanto para disputar uma eventual eleição ao Senado. Ele tem que preservar a imagem, o status quo", avalia.

TRE nega domicílio eleitoral a Sergio Moro

Moro, que já foi presidenciável este ano pelo Podemos, pleiteava com seu novo partido uma candidatura a senador ou deputado federal por São Paulo.

A 5ª Zona Eleitoral havia aceitado o pedido de transferência de domicílio eleitoral de Moro de Curitiba (PR) para a capital São Paulo. No entanto, o recurso do PT contra a decisão foi acatado e a condição de Moro em São Paulo foi revogada.

A justificativa de Moro para a mudança de domicílio eleitoral é por ter estabelecido vínculos políticos na capital paulista, além de considerar a cidade como sua "base política" após a filiação ao Podemos, em novembro de 2021. Neste ano, Moro foi para o União Brasil.

Em nota divulgada à imprensa, Moro disse ter recebido com surpresa a decisão do TRE-SP de não reconhecer seu vínculo com São Paulo.

"Recebi surpreso a decisão do TRE de São Paulo na ação proposta pelo PT. Nas ruas, sinto o apoio de gente que, como eu, orgulha-se do resultado da Lava Jato e não desistiu de lutar pelo Brasil. Anunciarei em breve meus próximos passos. Mas é certo que não desistirei do Brasil", declarou.