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Raquel Lyra diz que Lula não é muleta e descarta abrir mão de disputa em PE

Allan Brito e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/06/2022 10h38Atualizada em 09/06/2022 11h54

Pré-candidata ao governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) admitiu que já votou no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu a pré-candidatura de Simone Tebet (MDB), escolhida no momento como o nome da terceira via, mas afirmou que não pretende se apoiar nesse assunto durante a campanha. Ela participou hoje da sabatina promovida por UOL e Folha de S. Paulo.

"Votei no Lula três vezes e na Dilma [Rousseff] uma vez, porque representava naquele momento tudo o que acreditava ser o melhor para o Brasil. E eles deram contribuições. Hoje a gente apresenta a candidatura centro-democrática e não pode querer cair na pegadinha de escorar candidatura estadual usando como muleta a candidatura do Lula ou do Bolsonaro para chegar ao segundo turno sem fazer debate sobre Pernambuco", declarou Raquel.

"Mas não é porque vai mudar o presidente que o PSB vai fazer uma gestão melhor em Pernambuco."

Ela também criticou Jair Bolsonaro (PL) por ataques contra a democracia. "Ataque à democracia não cabe no Brasil de hoje. Temos democracia fortalecida e precisamos preservá-la. Acho que parte do discurso do Bolsonaro pode ser ameaça à democracia", afirmou.

Chamou o governo de Paulo Câmara de "encastelado", criticando os baixos índices de aprovação e a falta de entregas de projetos para a população, principalmente em moradia e em água.

"Paulo Câmara conduz o pior governo da história de Pernambuco. Qualquer pesquisa aponta. Seu governo não faz entregas. Vivemos desemprego, a região metropolitana é a mais pobre do Brasil, somos o pior estado para empreender, porque o estado se acostumou a acomodar e não entregar", afirmou.

"O governo de Pernambuco é bom em cobrar tributo e não entregar resultado. Com essa incapacidade de gestão, acaba por perder a liga com o povo."

Afirmou que está aberta para alianças políticas e disse que não irá abrir mão da própria candidatura: "Todas as pesquisas que estão colocadas me colocam no segundo turno".

"O projeto do PSDB e do Cidadania não tem volta, a marcha à ré quebrou. Sou pré-candidata a governadora de Pernambuco, estou aberta para composição de alianças, tanto que a gente não abriu ainda apresentação, embora tenhamos quadros interessantes", disse, sem aceitar uma possível aliança com Miguel Coelho, do União Brasil, no estado.

A sabatina foi conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista do UOL Carlos Madeiro e por José Matheus Santos, da Folha.

Calendário das próximas sabatinas em Pernambuco

  • 09/06 - 16h Jones Manoel (PCB)
  • 10/06 - 10h - Anderson Ferreira (PL)
  • 10/06 - 16h - João Arnaldo (PSOL)

O que diz a pesquisa mais recente

Levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em maio aponta a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) à frente na corrida eleitoral para o governo de Pernambuco, com 28,8% das intenções de voto em um dos cenários na pesquisa estimulada — quando é apresentada a lista de nomes dos pré-candidatos.

A ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) aparece na sequência, com 16%, seguida pelo ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil), com 13,6%, e pelo ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PL), com 12,1%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, esses três pré-candidatos empatam tecnicamente.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) tem 7,1%, empatando tecnicamente com Ferreira. O advogado João Arnaldo (PSOL) aparece com 1,3%, e o historiador Jones Manoel (PCB), com 0,7%, também tecnicamente empatados.

Brancos, nulos e aqueles que disseram que não irão votar em nenhum dos candidatos somam 13,5%, e aqueles que não souberam ou não responderam, 7%.

Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Ceará e do Rio Grande do Sul.