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Executiva do PSDB decide por apoio à pré-candidatura de Simone Tebet (MDB)

Senadora Simone Tebet, pré-candidat a presidente MDB - DIVULGAÇÃO/SIMONE TEBET
Senadora Simone Tebet, pré-candidat a presidente MDB Imagem: DIVULGAÇÃO/SIMONE TEBET

Gabriela Vinhal

do UOL, em Brasília

09/06/2022 15h51Atualizada em 09/06/2022 18h43

Após mais de três horas de reunião, a Executiva Nacional do PSDB decidiu hoje (9) apoiar a pré-candidata à Presidência pelo MDB, Simone Tebet (MS). Com isso, PSDB, MDB e Cidadania tentam viabilizar a terceira via, uma alternativa às candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Foram 39 votos a favor, 6 contra e uma abstenção. Entre os votantes contrários à aliança, estão os deputados Aécio Neves (MG), Alexandre Frota (SP), Paulo Abi-Ackel (MG), Eduardo Barbosa (MG), Plinio Valério (AM) e Rossoni. O ex-prefeito Nelson Marchezan Júnior (RS) se absteve.

"A Executiva deu uma demonstração, apesar de uma discussão intensa, democrática. É importante ressaltar e dizer que todos esses votos 'sim' são 'sim' pelo possível. A alma do PSDB era de uma candidatura própria. Mas nós entendemos que o PSDB existe não como um fim próprio. Existe para permitir o que é melhor como alternativa para os brasileiros", disse Araújo.

Questionado sobre quem será o escolhido para ocupar a vaga de vice na chapa com Tebet, o presidente tucano ressaltou que o momento agora é de discussão e que o nome será "construído e acordado" com os integrantes da sigla.

"Vamos oferecer o que tivermos de melhor ao Brasil, com um nome que possa colaborar com essa candidatura", afirmou. Atualmente, o nome de convergência entre os tucanos para vice é do senador Tasso Jereissati (CE), amigo próximo de Tebet.

Para bater o martelo, foi necessária uma longa negociação sobre os palanques regionais, sobretudo no Rio Grande do Sul. No estado, a sigla tucana exigiu que o MDB apoiasse Eduardo Leite (RS) ao governo gaúcho, como contrapartida para abrir mão de um próprio nome ao Palácio do Planalto.

Para isso, teria que abrir mão da candidatura do deputado estadual Gabriel Souza ao governo gaúcho. Ainda não houve a formalização, mas Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul e uma das principais lideranças da sigla no estado, sinalizou na noite de ontem (8), nas redes sociais, o apoio à união entre os partidos.

Rigotto se reuniu com Leite e com o presidente do MDB-RS, Fábio Branco. O ex-governador classificou o encontro como "excelente" e disse que o estado tem "seu papel nos momentos decisivos da história" e que é preciso pacificar o país. "Só será possível com candidatura alternativa aos polos, e, em especial, sem divisão do Centro Democrático", disse.

Além do Rio Grande do Sul, outros três estados também entraram na negociação do PSDB: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pernambuco. Contudo, também não há entendimento sobre essas composições. A falta de acordo formal foi citada por uma ala da Executiva, que tem como integrantes o deputado Aécio Neves (MG) e o ex-governador de Goiás Marconi Perillo, que ainda defendem uma candidatura tucana.

"Para o país, o PSDB deveria ter uma candidatura própria. Ficar ausente nessa eleição é muito ruim para o partido, mas pior para o país", disse Neves. "Temo que esse apoio formal da Executiva, que precisa ser confirmada na convenção partidária para uma aliança ser consagrada, não tem correspondência no trabalho na vinculação dos candidatos do PSDB em alguns estados", completou.

Tucanos que defendem a união com MDB afirmam que o caminho aberto para o acordo na disputa gaúcha já viabilizaria o apoio formal da sigla. Na quarta (8), Tebet afirmou nas redes sociais que o MDB, o PSDB e o Cidadania dão "mais um passo foi dado em direção à união do centro democrático". Com covid-19, a emedebista tem participado das tratativas de maneira remota.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, também usou o Twitter para dizer que foi construído um "momento histórico, apesar da descrença de muitos, como resposta de esperança e da paz da família brasileiros".

Veja a lista de quem participou da reunião da Executiva Nacional do PSDB:

Presentes
Bruno Araújo - presidente
Beto Pereira - secretário-geral
Izalci Lucas - Líder no Senado
Pedro Vilela - deputado, pres PSDB-AL
Paulo Abi-Ackel - deputado, pres PSDB-MG
Nilson Pinto - deputado, pres PSDB-PA
Aécio Neves - ex-presidente nacional
José Aníbal - ex-presidente nacional
Eduardo Azeredo - ex-presidente nacional
Thelma de Oliveira - PSDB-Mulher
Gabriela Cruz - Tucanafro
Edgar de Souza - Diversidade Tucana
Sérgio Ballaban - vogal
Moema São Thiago - suplente
Marcus Pestana - pré-candidato MG

Online
Tasso Jereissati - ex-presidente nacional
Adolfo Viana - Líder PSDB Câmara
Nelson Marchezan Jr - vice-presidente
Cesar Gontijo - tesoureiro
Samuel Moreira - vogal
Vanderley Macris - deputado
Cinthia Ribeiro - vogal, pref Palmas
Duarte Nogueira - vogal, pref Ribeirão Preto
Júlia Jereissati - Juventude
Mara Gabrilli - vogal
Eduardo Cury - deputado
Eduardo Barbosa - deputado
Samuel Moreira - vogal
Joyce Hasselman - deputada
Orlando Morando - vogal, pref São Bernardo
Marco Vinholi - pres PSDB-SP
Fernando Alfredo - pres PSDB municipal São Paulo
Manoela Imbassahy - suplente