Sob novas diretrizes, Youtube apaga vídeos com fake news sobre eleições
Nos últimos dois meses, o Youtube apagou ao menos 30 vídeos de sua plataforma devido a novas políticas contra fake news e desinformação sobre eleições - o maior pico de vídeos derrubados desde a implantação dessas regras em 22 de março desse ano. As informações são de levantamento da empresa Novelo Data.
Os vídeos foram derrubados sob motivo de 'fraude eleitoral' - seguindo as diretrizes do Youtube, que procuram garantir informações úteis e confiáveis sobre as eleições, principalmente as brasileiras. A plataforma está agora "removendo e reduzindo a disseminação de informações enganosas".
"Ao longo dos últimos anos, elaboramos um sólido conjunto de políticas e sistemas para dar visibilidade a conteúdo confiável, removendo e reduzindo a disseminação de informações enganosas", escreveram nas diretrizes.
Dentre os vídeos derrubados, alguns pertencem a canais de figuras políticas, como o de Daniel Silveira, deputado federal pelo PTB, que perdeu o vídeo "O Artigo 142 Da Constituição Federal E A Garantia Dos Poderes Constitucionais" e até o do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a gravação de sua entrevista à Rádio Jovem Pan em 12 de agosto do ano passado.
Em totalidade, desde a implementação das regras em março, 45 vídeos foram derrubados por irem contra as diretrizes.
Regras do Youtube incluem alegações de eleições adulteradas
Em 1º de junho, o Youtube derrubou 11 vídeos, dentre os quais incluem acusações de fraude eleitoral, nas pesquisas e até defesas de voto impresso, por suposta corrupção das urnas eletrônicas.
Com títulos como "FRAUDE ELEITORAL!!!, documentos mostram que Bolsonaro ganhou no primeiro turno em 2018" e "Tá explicado porque esses demônios insistem em manter as urnas eletrônicas do capeta", grande parte dos vídeos derrubados vem de apoiadores de Bolsonaro.
Como empresa privada, o Youtube tem permissão de elaborar suas próprias diretrizes - incluindo essas sobre eleições. As regras proíbem vídeos com supressão de eleitores, qualificação de candidatos, que incitem o público a interferir em processos democráticos ou que ataquem a integridade das eleições.
"Isso inclui alegações falsas de que as urnas eletrônicas brasileiras foram hackeadas na eleição presidencial de 2018 e de que os votos foram adulterados", diz a plataforma.
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