Topo

'Nosso problema não está no voto eletrônico', afirma Gilmar Mendes

Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes - Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes Imagem: Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Colaboração para o UOL

13/06/2022 21h09

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou hoje que o problema político do Brasil não está na urna eletrônica. A declaração foi feita durante evento na ACRJ (Associação Comercial do Rio de Janeiro), na capital fluminense, onde o ministro recebe homenagens por vinte anos na Corte.

"Nosso problema não está no voto eletrônico, podemos ter na liberdade de voto. Se eu tenho uma comunidade que é dominada pela milícia, pelo tráfico, obviamente que a liberdade de voto não existe. Mas isso não é problema da urna eletrônica. O problema político brasileiro nunca foi e não será a urna eletrônica. Estou seguro disso", afirmou.

Mendes falou também sobre as Forças Armadas na fiscalização das eleições. Ele disse que os militares já participam das eleições ao longo da democracia pós-ditadura.

"Se a gente olhar na origem da construção da urna teve participação de instituições importantes no Brasil. As Forças Armadas já participam historicamente. Cem milhões de reais do TSE são destinados às forças armadas para a questão de logística, levar urnas em locais distantes, fazer o transporte de equipamentos", declarou.

'STF não é oposição'

Ao ser questionado sobre os embates com o governo de Jair Bolsonaro (PL), o ministro afirmou que "o STF não é oposição". "Situações de conflito são maximizadas e dão asas a lendas urbanas de conflito", acrescentou.

O ministro ainda se pronunciou sobre a determinação de Roberto Barroso, do STF, de determinar que o governo adote todas as medidas cabíveis para investigar o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips.

"Todo quadro de insegurança, tráfico, pesca ilegal, caça ilegal, invasão de área indígena. Tudo isso precisa ser olhado pelas autoridades brasileiras com a devida atenção. Tem que discutir o que não deveria ter ocorrido que é a ausência ou falta de adequada fiscalização nessa área que foi o que permitiu que ocorresse isso", afirmou Mendes.