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Pré-candidato do PDT no RS culpa Lula por Bolsonaro no poder e defende Ciro

Tiago Minervino e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em Maceió e em São Paulo

13/06/2022 16h28Atualizada em 14/06/2022 13h21

Pré-candidato do PDT ao governo do Rio Grande do Sul, o procurador de Justiça licenciado Vieira da Cunha afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) só conseguiu ser eleito em 2018 devido ao forte sentimento antipetista que assolava a população na ocasião, com denúncias feitas na Operação Lava Jato que, inclusive, levaram à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de S.Paulo, Vieira disse que o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, não é culpado pela eleição de Bolsonaro por não ter apoiado o PT em 2018.

"Quem prestou enorme serviço ao bolsonarismo, tanto que ele é presidente da República, foram o Lula e o PT, porque alguém duvida que Bolsonaro seria eleito se não fosse o sentimento antipetista na sociedade? Alguém duvida que Bolsonaro é presidente graças a um protesto de grande parte da população brasileira àquele escândalo de corrupção que todos nós assistimos decorrente da Operação Lava Jato? Então quem prestou serviço ao bolsonarismo não fomos nós", afirmou.

Vieira da Cunha ressaltou que, caso Ciro Gomes tivesse ido ao segundo turno naquelas eleições, ele tem "convicção de que o resultado não seria esse".

"Por isso espero que não percamos essa nova oportunidade que a candidatura do Ciro está dando, para que a gente possa se livrar desse governo reacionário, de extrema direita, autoritário", completou, rechaçando os dados que apontam um possível segundo turno no pleito deste ano entre Lula e Bolsonaro.

Para o pedetista, ainda é muito cedo para cravar uma disputa centrada unicamente em Bolsonaro e em Lula, pois as convenções partidárias nem aconteceram. Elas estão marcadas para julho e agosto, por isso ele salientou que pode haver mudança nesse cenário político até outubro.

"Vamos deixar o quadro [de candidatos] ficar completo, vamos fazer as convenções e vamos dar o peso para as pesquisas quando realmente tiverem peso. Eu não posso chegar a uma conclusão sobre segundo turno agora no mês do junho."

Disse ainda que Eduardo Leite "abusa da inteligência do povo" ao descumprir promessa de campanha e anunciar que vai disputar a reeleição.

Criticou os números na educação, chamando o governo de "incompetente". "Nós temos o dobro da média nacional de evasão do ensino médio", afirmou, citando que uma equipe ainda estuda o orçamento para fazer as propostas virarem realidade. O último Censo Escolar apontou o estado com um índice de 10,7% de evasão na rede pública em 2021, quase o dobro da média nacional.

Ele comentou suas conversas para um possível aliança com o MDB, que se aliou ao PSDB de Leite na disputa presidencial, em favor do nome de Simone Tebet (MDB).

"Tenho ainda essa conversa [com o MDB]. Eles têm problemas no rumo que tomarão, na medida em que o Leite se declarou pré-candidato, então estou acompanhando de perto o desenrolar dessas conversações", disse, citando que também negocia com o PSD, o União Brasil e o PSB. "É difícil as coisas evoluírem neste momento porque há uma natural vontade de os partidos encabeçarem a chapa majoritária."

A sabatina foi conduzida pelos colunistas Kennedy Alencar e Tales Faria, do UOL, e Alexa Salomão, da Folha.

Calendário das sabatinas no Rio Grande do Sul

  • 14/06 - 10h - Luis Carlos Heinze (PP)
  • 15/06 - 10h - Beto Albuquerque (PSB)
  • 15/06 - 16h - Gabriel Souza (MDB)
  • 20/06 - 10h - Onyx Lorenzoni (PL)
  • 20/06 - 16h - Eduardo Leite (PSDB)

O que diz a pesquisa mais recente

Pesquisa Real Time Big Data, contratada pela TV Record e divulgada em maio, mostra o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) liderando a corrida eleitoral. Com 23% das intenções de voto, ele fica à frente de todos os demais candidatos, que não conseguem alcançá-lo nem dentro da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Atrás de Onyx, aparecem oito adversários empatados tecnicamente. São eles: Edegar Pretto (PT) e Ranolfo Vieira Jr. (PSDB), ambos com 7%; Beto Albuquerque (PSB), Pedro Ruas (PSOL) e Luis Carlos Heinze (PP), os três com 6%; além de Vieira da Cunha (PDT), com 3%, Gabriel Souza (MDB), com 2%, e Roberto Argenta (PSC), com 1%.

Hoje, Eduardo Leite anunciou que vai concorrer à reeleição no lugar de Ranolfo Vieira Jr., seu correligionário e atual governador após ele renunciar.

Na próxima semana, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Ceará.