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França diz que união PT-PSB está resolvida, mas reafirma candidatura em SP

8.dez.2020 - O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) - Bruno Santos/Folhapress
8.dez.2020 - O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

20/06/2022 18h27Atualizada em 20/06/2022 18h27

Mesmo com a pressão do PT para que desista da corrida pelo governo de São Paulo, Márcio França (PSB), em nova entrevista hoje, explicitou que continua na disputa. De acordo com o ex-governador, "é meio natural que eu queira disputar o governo", já que foi o segundo colocado nas eleições de 2018.

Em entrevista para a revista Veja, França foi contra posição petista de que deveria renunciar em favor do candidato do PT, Fernando Haddad. Segundo ele, o partido acredita em um "overbooking petista", no governo de SP e na presidência, mas o candidato pensa que é mais fácil "votar 13 para presidente, para evitar Bolsonaro, e 40 (número do PSB) para o governo".

"O PT tem uma intuição de que haverá uma espécie de overbooking petista, que os eleitores votarão duas vezes no 13 (número do PT, para o governo e a Presidência)", disse.

Acrescentando: "A grande novidade desta eleição foi o movimento do Alckmin para buscar um eleitorado que normalmente não vota no PT. Então, ficaria muito mais fácil um movimento para votar 13 para presidente, para evitar Bolsonaro, e 40 (número do PSB) para o governo, porque eu sou o candidato de Alckmin".

Ainda assim, o pré-candidato ao governo de São Paulo deixou claro que, em sua visão, a aliança entre PSB e PT está "resolvida". Para ele, a união possibilita a atração de eleitores diferentes.

"Para mim está resolvido. Onde não há solução, solucionado está. E eu tenho um pouco de dúvida se esse caldo não é bom. Nós não somos do PT, se nós ficarmos muito PT, não traremos um outro eleitor", afirmou.

Lula deve "mirar mais para o centro", diz França

O ex-governador opinou que o petista deve fixar sua intenção no "centro" para conseguir vencer no primeiro turno - já que França acredita que, na eleição presidencial, "primeiro turno já virou segundo, não há espaço para mais nada".

"Tenho muita esperança de que o ex-presidente Lula acorde um dia e perceba que, para ter mais chances de vencer no primeiro turno, vai precisar fazer um movimento que já fez com o Alckmin, de mirar mais para o centro", disse ele à Veja.

Márcio França também teceu diversos elogios ao seu companheiro de partido, Geraldo Alckmin, acreditando que é ele que vai possibilitar que Lula tenha mais acesso ao centro.

"Mas, eu tenho viajado com eles, e é nítida a influência dele sobre o Lula. O Alckmin é muito formal, mas é muito simples. Não é um cara que vai na frente, para aparecer. Se tiver dez entrevistas, ele está fora de todas. O Lula tem dito que é o melhor vice que ele teve na vida", relatou.