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Onyx diz que manterá acordo de recuperação fiscal, mas renegociará termos

Gabryella Garcia e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/06/2022 11h58Atualizada em 20/06/2022 13h29

Pré-candidato do PL ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni afirmou que vai manter o acordo de recuperação fiscal que renegociou a dívida do estado com a União. Entretanto, o ex-ministro de Bolsonaro também disse que os termos do acordo precisam ser revistos.

Durante sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de S.Paulo, Lorenzoni criticou ainda o fato de o acordo ter comprometido as contas do Rio Grande do Sul pelos próximos sete mandatos de governadores.

"Esse regime de recuperação fiscal tem três níveis. Eu defendia que o governo do Rio Grande do Sul deveria entrar no primeiro nível, que é o plano de equilíbrio fiscal, porque ele comprometeria apenas um governo. Mas a forma e o regime que o Rio Grande do Sul entrou compromete sete governantes, então não é algo para ser tratado de maneira simplificada e superficial", disse.

"É claro que eu como governador vou respeitar e cumprir [o acordo], mas isso não vai impedir que de forma inteligente e equilibrada eu busque um caminho que dê melhores condições de investimento para o futuro governo. As limitações impostas por esse projeto são absurdas e já começaram a acontecer", completou. "Tentar renegociar os termos do contrato está na lei."

Ex-ministro de Bolsonaro da Casa Civil, da Cidadania, da Secretaria-Geral da Presidência e do Trabalho e Previdência, Onyx afirmou que Bolsonaro "nunca estimulou o desmatamento no Brasil" e culpou a falta de uma regularização fundiária pelas crises e conflitos na Amazônia. Disse também que não é necessário demarcar novas terras indígenas, porque o que os indígenas querem é produzir.

"Nós [o governo federal] enviamos um projeto de lei para a Câmara dos Deputados que fazia a regularização fundiária na região e fazia a autorização da exploração econômica, desde que aceita pelas maiorias dos índios. O senhor Rodrigo Maia [presidente à época da Câmara] sentou em cima e não deixou isso prosperar", disse.

Alvo de uma escalada de violência —que culminou com o desaparecimento e morte do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips—, a Amazônia sofre com o agravamento de indicadores ambientais no governo Bolsonaro. O desmatamento na região em 2021, por exemplo, foi o pior dos últimos 15 anos.

Ele ainda criticou o uso de câmeras nas fardas policiais e se disse favorável à proposta de cobrança de mensalidade nas universidades públicas. "Só tem filhinho de papai com carro no estacionamento."

A sabatina foi conduzida pelos colunistas Kennedy Alencar e Tales Faria, do UOL, e pela jornalista Alexa Salomão, da Folha de S. Paulo.

O que diz a pesquisa Real Time Big Data

Pesquisa Real Time Big Data, contratada pela TV Record e divulgada em maio, mostra o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) liderando a corrida eleitoral. Com 23% das intenções de voto, ele fica à frente de todos os demais candidatos, que não conseguem alcançá-lo nem dentro da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Atrás de Onyx, aparecem oito adversários empatados tecnicamente. São eles: Edegar Pretto (PT) e Ranolfo Vieira Jr. (PSDB), ambos com 7%; Beto Albuquerque (PSB), Pedro Ruas (PSOL) e Luis Carlos Heinze (PP), os três com 6%; além de Vieira da Cunha (PDT), com 3%, Gabriel Souza (MDB), com 2%, e Roberto Argenta (PSC), com 1%.

Na segunda, Eduardo Leite anunciou que vai concorrer à reeleição no lugar de Ranolfo Vieira Jr., seu correligionário e atual governador após ele renunciar. Ele é o último entrevistado, hoje às 16h.

Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Ceará.