Sem provas, Onyx diz que TSE 'sequestrou' apuração das urnas eletrônicas
O pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul Onyx Lorenzoni (PL) questionou hoje, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas, nos mesmos tons que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito recorrentemente. Durante sabatina realizada em parceria entre UOL e Folha de S.Paulo, Onyx afirmou confiar nas urnas eletrônicas, mas não nas pessoas que são responsáveis pela apuração dos votos.
"O sistema brasileiro sequestrou e privatizou a apuração eleitoral. Eu confio na urna, eu não confio nas pessoas e é sábio não confiar nas pessoas", disse.
"No Brasil, o TSE sequestrou e transformou a apuração pública em uma apuração secreta, privatizada a 28 pessoas, que eram as pessoas que entravam na sala cofre do TSE", e acrescentou: "Por acaso questionar faz mal à democracia? Eu acho que não".
O ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro também bateu na tecla do voto auditável, afirmando que isso acontece nas maiores democracias do mundo e garante a confiabilidade e transparência do processo eleitoral.
"Em todas as democracias do mundo, a emissão do voto é individual e secreta para proteger o eleitor e a apuração é pública. A urna eletrônica pode ser confiável, mas as pessoas não, e por isso que no mundo todo se buscam sistemas que permitam a auditoria do voto e possam dar transparência ao desejo do eleitor."
Em relação à afirmação de uma "apuração secreta" do TSE, o UOL Confere já mostrou que não é verdade. Antes da soma dos votos feita pelo TSE, é possível saber o resultado de uma seção eleitoral assim que a votação é encerrada. A soma de votos de todas as urnas, com dados que ficam disponíveis no boletim da urna, posteriormente é enviada ao TSE para a totalização dos votos.
O boletim de urna é impresso pelo mesário ao final da votação e divulgado nas seções eleitorais, e cada um desses relatórios também pode ser consultado no site do TSE. Com os boletins, é possível fazer a própria soma dos votos e comparar com o resultado final computado pela Justiça Eleitoral.
Sobre a fala recente de Bolsonaro sobre a inviabilidade das eleições, caso não a considere limpa, ele respondeu que "isso é mais uma tentativa de construir uma narrativa em cima do presidente".
Ele também disse que a possibilidade de golpe é uma "invencionice" da imprensa brasileira.
"Isso está fora de qualquer fundamento. O problema a que o presidente se referia é o que qualquer cidadão não deseja: haver questionamentos sobre a eleição", disse Onyx ao explicar afirmação de Bolsonaro.
Volta de Leite
"É mais um só", respondeu sobre a volta à disputa do ex-governador Eduardo Leite (PSDB). "Eu digo há meses que todos os grandes partidos teriam candidatos a governador. A minha preocupação não é olhar para os lados. Numa corrida eleitoral, todo mundo é igual, não tem ninguém melhor que ninguém."
Sobre o regime de recuperação fiscal, ele disse que, caso o projeto esteja perto da homologação, vai "respeitar" e tentar renegociar os termos deste contrato. "Até porque isso está na lei."
Ao responder sobre aumento no preço da gasolina e CPI da Petrobras, ideia recente defendida por Bolsonaro, Onyx disse que "a CPI é importante para trazer luz para a gente entender o que está acontecendo".
"Toda vez que tem problemas, ela [Petrobras] é pública e o Brasil tem que sustentar. Quando ela [Petrobras] tem lucro, é privada e racha o dinheiro lá dentro para os seus acionistas", complementou.
A sabatina foi conduzida pelos colunistas Kennedy Alencar e Tales Faria, do UOL, e pela jornalista Alexa Salomão, da Folha de S. Paulo.
O que diz a pesquisa Real Time Big Data
Pesquisa Real Time Big Data, contratada pela TV Record e divulgada em maio, mostra o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) liderando a corrida eleitoral. Com 23% das intenções de voto, ele fica à frente de todos os demais candidatos, que não conseguem alcançá-lo nem dentro da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Atrás de Onyx, aparecem oito adversários empatados tecnicamente. São eles: Edegar Pretto (PT) e Ranolfo Vieira Jr. (PSDB), ambos com 7%; Beto Albuquerque (PSB), Pedro Ruas (PSOL) e Luis Carlos Heinze (PP), os três com 6%; além de Vieira da Cunha (PDT), com 3%, Gabriel Souza (MDB), com 2%, e Roberto Argenta (PSC), com 1%.
Na segunda, Eduardo Leite anunciou que vai concorrer à reeleição no lugar de Ranolfo Vieira Jr., seu correligionário e atual governador após ele renunciar. Ele é o último entrevistado, hoje às 16h.
Nas próximas semanas, também serão feitas sabatinas com candidatos ao governo do Ceará.
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