Campanha de Lula comemora prisão de Ribeiro, mas não vê impacto na eleição
A prisão de Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, hoje repercutiu muito bem no PT e entre apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas a avaliação é que haverá pouco efeito prático eleitoralmente.
A lógica dentro da pré-candidatura é que a ligação direta de Ribeiro com o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode atingi-lo, porém, a essa altura do campeonato, não terá impacto decisivo. O assunto deverá ser tratado mais como um tema partidário do que de campanha. Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa, não deverão se pronunciar oficialmente.
Ribeiro foi preso na manhã de hoje sob suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção e tráfico de influência no MEC (Ministério da Educação). Também são alvos da operação da Polícia Federal dois pastores que não tinham ligação oficial com a pasta, mas atuavam junto a prefeitos para liberação de verbas a municípios.
Ministro de Bolsonaro por quase dois anos, entre 2020 e 2022, ele deixou a pasta em meio às denúncias, reveladas inicialmente pelo jornal Estado de S. Paulo, mas havia contado com a defesa do ex-chefe, que chegou a dizer que colocaria a "cara no fogo" por ele.
A prisão, que já preocupa o entorno do presidente, é comemorada por petistas e pela oposição e a ligação dos dois nomes deverá ser reforçada nos próximos dias. Segundo interlocutores, o esforço é relacionar cada vez mais o nome de Bolsonaro à corrupção, mas de forma institucional, não por meio de falas eleitorais.
"A prática de corrupção de Bolsonaro é como um câncer descontrolado, que não foi curado e começa a mostrar metástase, disseminação por vários órgãos do governo. Foi assim com as vacinas na Saúde, com o tratorão no Desenvolvimento Regional e, agora, a propina da bíblia no MEC", afirma o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), próximo à campanha.
O episódio da "cara no fogo" também foi lembrado pelo perfil oficial do PT e pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, no Twitter. Ela chamou Bolsonaro de "maior mentiroso da paróquia" e disse que "a conta [por Ribeiro] é sua".
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