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PSDB pode ter prejuízo de até R$ 96 mil com anúncios de Doria no Google

23.mai.2022 - O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) se emocionou após anunciar que desistiu de ser candidato à Presidência - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
23.mai.2022 - O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) se emocionou após anunciar que desistiu de ser candidato à Presidência Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/06/2022 23h22Atualizada em 24/06/2022 15h41

O PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) pode ter prejuízo de até R$ 96 mil com os vídeos impulsionados no Google sobre a pré-campanha do ex-candidato João Doria, que disputaria a presidência pela sigla no pleito deste ano. No dia 23 de maio, Doria anunciou que não seria candidato à Presidência neste ano após a pressão de seu partido para que desistisse de sua campanha.

Dados divulgados hoje pelo Google Brasil mostraram que a sigla investiu de R$ 60 mil a R$ 70 mil para impulsionar um vídeo de 16 segundos da campanha de Doria. Este foi o vídeo mais caro pago por partidos ao Google desde o monitoramento da empresa, iniciado em 17 de novembro de 2021. A gravação teve sua primeira veiculação no dia 18 de maio e foi exibida de sete a oito milhões de vezes nos oito dias em que ficou impulsionado.

O vídeo mostra Doria enquanto estava à frente do governo do estado de São Paulo e contribuiu para a chegada de vacinas contra a covid-19 no Brasil.

A filmagem discorda da alegação que seria "impossível" um governador trazer uma vacina para o país. "Com PSDB e João, você tem a opção", termina a gravação.

Assista abaixo:

No dia 17 de maio, o partido também havia pago de R$ 500 a R$ 1 mil para veicular o mesmo vídeo acima. Neste caso, ele foi exibido apenas por dois dias e alcançou apenas de 40 a 45 mil espectadores.

O terceiro vídeo impulsionado pelo PSDB foi uma gravação de sete segundos (veja abaixo) exibida por sete dias, de 17 a 23 de maio. O partido investiu de R$ 20 mil a R$ 25 mil para destacar a campanha no Google que foi vista por 1,5 milhão a 1,75 milhão de pessoas. Ao todo, considerando os maiores valores, os tucanos podem perder até R$ 96 mil com os anúncios da campanha do ex-presidenciável.

No relatório de Transparência de Anúncios Políticos disponibilizado pelo Google ao público (seja redirecionado aqui), atualizado diariamente, é "possível encontrar as informações sobre os anúncios políticos veiculados nas plataformas de publicidade da empresa", explicou a plataforma ao UOL.

Apesar da divulgação, o Google não informa os valores exatos cobrados pelos anúncios, bem como o número específico de pessoas alcançadas pelo impulsionamento.

Procurado pelo UOL, o PSDB disse que os valores pagos pelos anúncios no Google "são os do mercado". Segundo o partido, "as decisões foram tomadas de maneira autônoma pelo pré-candidato João Doria, que se retirou do pleito em nome de uma aliança mais ampla dos partidos do centro-democrático".

"Os valores relatados, inclusive, correspondem a menos de 0,1% do teto para gastos eleitorais previstos para cada candidato às eleições presidenciais para este ano", afirmou o partido em nota.

O PSDB é o segundo partido que mais investiu em anúncios no Google totalizando R$ 280 mil, desde 17 de novembro de 2021. A sigla só perde para a produtora Brasil Paralelo que pagou R$ 368 mil para anunciar 647 produtos audiovisuais do ano passado até hoje.

Segundo a Folha de S.Paulo, a produtora foi criada há seis anos e cresceu em 2020 com a produção de documentários com abordagem revisionista e conservadora. A Brasil Paralelo chegou a lançar o documentário "7 Denúncias: As Consequências do Caso Covid-19", em julho de 2020, para se opor ao isolamento social e ao uso de máscaras faciais contra a covid-19, cujas eficácias já foram comprovadas.

As outras peças pagas pelo PSDB são da campanha do tucano Rodrigo Garcia, ex-vice de Doria no governo, que deve disputar a chefia do Executivo estadual.

Em nota ao UOL, a Brasil Paralelo diz que a informação de que a empresa investe em anúncios políticos é inverídica. Ainda no texto, a Brasil Paralelo diz que jamais apoiou formal ou informalmente qualquer partido, candidato ou movimento político, e que tem sua operação completamente voltada ao serviço de entretenimento e educação por streaming. A empresa diz também que já solicitou ao Google a correção das informações divulgadas no Relatório Transparência.